sábado, novembro 24, 2007

Pedaços de Karen O

"Baby i'm afraid of lot things,
But i ain't scared of loving you.
Baby i knew you were afraid of lots of things
But don't be scared of love
Cause, people will say all kinds of things
That don't mean a dem to me
Cause all i see
It's what's in front of me
That's you.
...
Well maybe you're just a fool
But i know you're just as cool
And cool kids
Belong together."

Yeah Yeah Yeahs

segunda-feira, novembro 05, 2007

A todos os comedores de carne..

Perversões

Aquilo que nos torna fracos, por vezes, tende a dominar-nos por completo.
As nossas limitações são muitas vezes motivo de vergonha, culpa, medo e falta de amor-próprio.
Acho que existem vários factores que levam a esta atitude. Um deles é a nossa educação: sempre nos pressionaram a "portarmo-nos bem".
Outro, é esta relação de competição que mantemos connosco próprios, ao querermos ser "o melhor" entre os melhores.
Outro ainda, é a procura da evolução espiritual.
Esta idolatragem pela perfeição pode tornar-se nociva e pode provocar efeitos perversos.
Ao queremos ser cada vez melhores, podemos estar simplesmente a tentar "matar" a nossa personalidade. O que pode resultar em recalcamentos, e outros, corrosivos ao nosso bem-estar.
Não acredito na morte do Ego. Também não acredito na saúde de um Ego inflamado. Acredito antes, que devemos amar as nossas limitações, pois só assim as poderemos dominar e, por outro lado, só assim poderemos amar as limitações dos outros.
Quem não se ama verdadeiramente a si próprio não poderá dizer que ama outra pessoa, porque claramente não sabe amar.
Ama as tuas limitações. Ama-te tal como és. Respeita a tua essência. Respeita a tua personalidade.
Mudar, sim. Mas uma mudança saudável e feliz.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Cepticismo?

E estava eu a divagar pela net quando fui surpreendida por este resultado de um teste de Numeralogia:

rita, your Heart's Desire is 11
You have a wisdom beyond your years. Even as a child, your understanding of life was considerable, though it likely went unrecognized by others.

You are a born peacemaker. You are driven by a desire to settle conflicts and create harmony. You are a healer and a visionary. You long to make the world a better place, and cannot rest until you have dedicated your life to some worthwhile cause.

Your realm is ideas and philosophy. You are attracted to the world of energy more than to the mechanical or material planes. Philosophy, religion, and less traditional forms of healing are among your specialties.

You are obsessed with the quest for enlightenment.

You are extremely sensitive and possess a high degree of intuition. Subtle messages and feelings of others do not escape your attention. You are powerfully aware of the thoughts and feelings of others. Unless you are well grounded, this can throw you about emotionally. Your awareness can be both a gift as well as a problem, because you so deeply desire to please others and keep harmony in your environment.

Many 11s were born into extremely hostile or turbulent families. This often resulted in psychological pain, lack of confidence, and shyness during childhood. Somehow, the child with an 11 heart's desire recognized the sources of his family's problem. This created an internal conflict for the child, who naturally loved the troubled parent, but could not cope with that parent's behavior.

Therefore, many 11s are scarred early in life. They understand the sufferings of others and seek to be of service in some way.

This is, in fact, the easiest way for you to heal yourself and find your greatest satisfaction.

You understand the importance of close, loving relationships. Therefore, you are selective in choosing your friends and spouse. You are a romantic, idealistic, but somewhat impractical person. Unless you have other balancing characteristics (as indicated by 1s, 4s, and 8s in your chart), it is wise to team up with a more practical and realistic partner.

You have a magnetic and charismatic personality. You like pondering abstract matters. Your intelligence is electric. Ideas, solutions to problems, and inventions seem to come to you as if out of the blue.

You are highly charged and intense. This can cause nervous tension. You need to care for your nervous system with ample amounts of rest, a peaceful environment, and proper diet -- avoiding extreme foods and drugs.

You are often more concerned with universal justice than with the individual.

The 11 is a master number, possessing great potential. It has been entrusted to you as a gift that you are worthy of. The key is to maintain a hold on your ideals and seek ways to practically implement them.

You have a specific role and gift to give to the world. This requires time and maturity to fully comprehend. But with patience and perseverance, you will discover why you felt different and even unique as a child. At that time, you will discover that what made you feel weak as a child will make you strong and confident as a mature adult.

sábado, outubro 27, 2007

Terapias

Decidi incluir neste blog registos meus de há uma década atrás.. Coloquei-os com a data original. Espero não chocar quem pensa que me conhece.
Hoje sou uma pessoa muito mais positiva, embora não tenha mudado quase nada na minha maneira de pensar e de viver. Daí que me surpreenda a mim mesma, o facto de muitos estados de alma daquela altura serem tão actuais. Acho que a minha vida não mudou assim tanto.
Depois do êxtase deixei de escrever, e entreguei-me a ele. No fim desse êxtase, fiquei igual a mim. Sempre feliz, sempre insatisfeita.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Areia-nos-pés

O cheiro do mar dá-me a minha própria pessoa de bandeja..
Hoje senti-me de novo repleta. É um rejubilo de bem-estar meditar em Porto Covo.
Gosto.
Muito!

Bom Dia

Este novo estado de vigília confunde-me.

Cita-se

"As convicções são cárceres."

"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."

"Até os mais corajosos raramente têm a coragem para aquilo que realmente sabem."

"Aquilo que não me destrói fortalece-me"

"Sem música, a vida seria um erro."

"Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos."


Friedrich Nietzsche

segunda-feira, outubro 08, 2007

Estado-meia-estação

Com uma nova concepção da força da gravidade, sinto o peso cada vez menor que as pessoas exercem sobre o planeta.
Será que se torna cada vez menos relevante a sua presença aos meus olhos?
Que estranho sentir este sabor de ressaca após uma festa tão prazerosa.
Sinto o frio do vazio.
A voz da racionalidade diz que é temporário.
Mas a voz da intuição diz que não.
E depois?
"Para quê fazer projectos, quando sai tudo ao contrário?" (Jorge Palma).
Mas é inevitável questionar a emergência do amanhã.
Especular a insegurança de viver na expectativa de encher espaços.
Espaços que de tão vazios mirram, mas são cada vez mais presentes.
Continuo aqui no mesmo sítio de sempre.
Só pra que conste.

Ciclos, círculos, esferas ou qualquer outra coisa redonda

Num entrelaçar de pensamentos parvos mas reais, sinto a pulsão de viver tenuemente abalada pela exclusividade de ser.
Fotografias dos esqueletos trausentes não me surpreendem mais. Culpo a falsa modéstia de sentir óbvios os gestos de quem anda por aqui.
Não me apetece mais ver. Pois não há ilusão. Tudo é calculado e calculável.
A ilusão pula do outro mundo e começa a chamar por mim num tom mais alto. Questiono a coerência de dar uma resposta. E as respostas começam a tornar-se legíveis.
Estou atenta.
Que vocação e que papel tenho eu afinal, nesse mundo que vejo de vez em quando?
Vou sucumbir aos planos desenhados por mim, aqueles que não recordo.
A dificuldade de estar só, continua a impedir o passo seguinte.. Mas continuarei em frente pois não sei andar para trás.

quinta-feira, setembro 27, 2007

"Até Quando?"

"Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer

Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer

Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?


Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco

A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você

Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem q'eu seja educado, q'eu ande arrumado q'eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá

Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar

Escola, esmola
Favela, cadeia
Sem terra, enterra
Sem renda, se renda. Não, não

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro

Até quando você vai levando porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando você vai levando?"


Gabriel O Pensador


terça-feira, setembro 25, 2007

Bocados-de-um-dia

Despertar. Momentos de rara beleza. Ondas de energia que tocam a mente com saborosos raios de conforto. Ser. Contar a história do saber. Sentir a cicatriz que encerra a dura página da paixão. Rir como quem não sabe chorar. Viver como quem sabe bem o que quer. Silêncio. Caminhar na rota do incerto. Adorar a cor da pele de quem ama. O gesto de quem não sabe. A verdade de quem não teme a aurora. E mais silêncio. Contemplação. Alegria. Disparate. Sentir o prazer de errar. Amar quem erra. Pausa. Coragem para trocar de vigília. Sonhar. Silêncio..
Amanhã. Hoje. Depois. Antes. Sempre. Em mim.

terça-feira, setembro 18, 2007

Sei lá!

Este estado balança que me tira as certezas torna-se insuportavel! Arre gaita!
Não consigo escolher, tomar decisões, ou gostar de nada porque gosto de tudo..
Que estranha forma de ser a minha, não admira que me leve a circunstâncias de fraca razão.
O meu leão fica completamente abafado no meio de tanta vénus.
Nem escrever consigo.. Pois poderia estar aqui a escrever e a apagar a noite toda, tal como a minha vida o tem sido. Um erguer e destruir de crenças permanente.
Resta-me preferir o meu leão abusador e pouco zeloso do espaço alheio.
Aqui estão algumas das muitas limitações da minha persona. E ainda assim gosto de mim..
Devo ser mesmo louca como dizem.
Enfim, que se lixe!

quarta-feira, agosto 22, 2007

Fragmentos de Luz

Após quase 2 anos do primeiro post, decidi ser a altura propícia a justificar o seu nome..

Todos nós somos fragmentos de luz.
Pedaços de uma alma maior.
A nossa alma é feita à sua imagem e semelhança.
Somos pedaços dela.
Todos com a mesma origem.
Todos com a mesma finalidade..

Estes Fragmentos de Luz são registos da minha alma.
Emoções intelectualizadas e pragmáticas que sinto, experiencio e tenho prazer em registar.
Espero que, de alguma maneira, estes registos sejam úteis a alguém, caso contrário assumo serem confortáveis para mim.

domingo, agosto 12, 2007

Tu és

Este descontrolo que me domina de uma forma pronfundamente irritante, faz-me sentir viva de novo.
Impele em mim novamente a necessidade de preencher vazios nunca antes colmatados, vazios que não sei se alguma vez irei preencher.
Vazios que só tu consegues despertar, só tu consegues desesperar a mão, que, dormente, não quer sentir.
O coração, que, frio, não quer aparecer.
A mente que não se consegue libertar.
Vazios, por natureza espaços íntimos e invioláveis, condicionados à aurora de um gesto teu.
Resta-me então esta minha crueldade de ser, parca a vontade de preencher contigo os meus vazios violados por ti.
Resta-me esta frieza áspera de dizer palavras vis que cortam as mãos dormentes de não sentir, o coração frio que não se mostra, a mente torta que não liberta esta vontade de te querer.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Alice died

Parco o surrealismo que existe nos dias que correm..
Quanto a mim, o surrealismo é fundamental para romper com os padrões culturais usados e inferteis.
É necessario destruir pra erguer um novo significado das mais vulgares emoções e razões.
Mas o surrealismo parece perder força, neste tempo de fundamentalismos parvos. Em que o que importa é vestir uma camisola e exibi-la com convicção.
Parece que o povo anda mais preocupado em imitar do que em inovar ou construir.
Entristece-me um pouco esta apreensão vaga da realidade..
Tem cheiro de estagnação e falta de amor-próprio.
Faz-me falta um gosto forte de uma paleta de cores dissonantes, uma deliciosa combinação ridicula de formas, uma mistura de palavras non sense que alegram e seduzem pela criatividade que espelham.
Apenas acho que somos mais que isto.

quarta-feira, junho 27, 2007

Consumo anarca

Crenças,
religiões,
políticas,
estilos,
grupos,
tradições,
culturalismos,
wanna besismos
constructos sociais inúteis.
Imitação,
imitação,
imitação,
imitação
cópia,
repetição..

O encontro da nossa identidade (sim, porque a temos livre de tudo isto) passa pelo aniquilar de apegos morais a todas estas retenções sociais, que nos cegam a nossa individualidade e nos prendem a criatividade.
Utopia?..
Utopia é achar que se consegue sentir a liberdade de viver sem que haja este desapego e limpeza moral.
Ser único é inevitável. Nós somos únicos de facto.
Procurar essa nossa essência é um processo maravilhoso..
Viva a liberdade de Ser.

segunda-feira, junho 25, 2007

Crescer? Sim, claro.

Adoro mesmo este país.
Somos retrógados nos valores, nas ideias, na religião, na política, na educação e formação.
Mas temos a simplicidade de uma criança.
Uma criança sempre disposta a brincar, a fazer a festa e a dar opiniões inoportunas e desajustadas, mas sentidas.
Uma criança que teme pela sua pequenez mas que se mostra forte diante os demais - reacção contra-fóbica pouco eficaz, mas a possível.
Adoro mesmo este país (sem mácula de ironia).
E aproveito aqui para apelar ao instinto de evolução que nos é inato. Por favor, não paremos de crescer!

terça-feira, junho 12, 2007

Ruminância cobarde

Há pessoas que têm o dom de me provocar uma irritação crónica nas entranhas..
Arre gaita!

sábado, junho 02, 2007

Oxygen

I wanna be better than oxygen
So you can breathe when you're drowning and weak in
the knees
I wanna speak louder than Ritalin
For all the children who think that they've got a
disease
I wanna be cooler than t.v.
For all the kids that are wondering what they are
going to be
We can be stronger than bombs
If you're singing along and you know that you really
believe
We can be richer than industry
As long as we know that there's things that we don't
really need
We can speak louder than ignorance
Cause we speak in silence every time our eyes meet.
On and on, and on, and on it goes
The world it just keeps spinning
Until i'm dizzy, time to breathe
So close my eyes and start again anew.
I wanna see through all the lies of society
To the reality, happiness is at stake
I wanna hold up my head with dignity
Proud of a life where to give means more than to take
I wan't to live beyond the modern mentality
Where paper is all that you're really taught to
create
Do you remember the forgotten America?
Justice, equality, freedom to every race?
Just need to get past all the lies and hypocrisy
Make up and hair to the truth behind every face
That look around to all the people you see,
How many of them are happy and free?
I know it sounds like a dream
But it's the only thing that can get me to sleep at
night
I know it's hard to believe
But it's easy to see that something here isn't right
I know the future looks dark
But it's there that the kids of today must carry the
light.
On and on, and on, and on it goes
The world it just keeps spinning
Until i'm dizzy, time to breathe
So close my eyes and start again anew.
If i'm afraid to catch a dream
I weave your baskets and i'll float them down the
river stream
Each one i weave with words i speak to carry love to
your relief.
I wanna be better than oxygen
So you can breathe when you're drowning and weak in
the knees
I wanna speak louder than Ritalin
For all the children who think that they've got a
disease
I wanna be cooler than t.v.
For all the kids that are wondering what they are
going to be
We can be stronger than bombs
If you're singing along and you know that you really
believe
We can be richer than industry
As long as we know that there's things that we don't
really need
We can speak louder than ignorance
Cause we speak in silence every time our eyes meet.
On and on, and on, and on it goes
The world it just keeps spinning
Until i'm dizzy, time to breathe
So close my eyes and start again anew

Willy Mason

quarta-feira, maio 23, 2007

Cronismo de karma

Amor à primeira vista..
Hoje falou-se disso no intervalo de formação dos meus adorados técnicos de qualidade.
É realmente fantástico como a vida nos molda e nos ensina. Como estamos em constante metamorfose de crenças..
Se me falassem há uns anos sobre isto, diria: "ridiculo..", "como é possível gostar de alguém pela primeira impressão?"..
Verdade é que hoje acredito.
Pois desde aquele flash de percepção, assimilação, identificação e organização da informação reteniana recebida, que a única mudança de sentimentos foi um crescimento exponencial do conjunto de sensações provocadas pelo primeiro impacto, naquele verónico dia do passado ano..
Negação, raiva, necessidade de distânciamento e mais uns quantos mecanismos de defesa não foram suficientes pra aniquilar este amálgama de emoções de devoção e cumplicidade.
Para quem tem um coração de gelo revejo serem sentimentos demasiado ousados de sentir.
E agora o tempo.. sempre o tempo.
Antes o tempo.. amanhã o tempo.
Tempo para interiorizar, para desmontar os mecanismos pseudo-protectores.
Tempo para entender e tempo para aceitar.
Tempo para decidir e para agir..
Tempo..
Desde o primeiro instante.. tempo.

segunda-feira, maio 14, 2007

Unidades de medida

O tempo não me diz nada.. Alguém me ajude! Preciso de um relógio novo para controlar esta percepção de tempo que me envolve.

Os erros são certos mas os valores também..

terça-feira, maio 01, 2007

O "Mais"

Homens-mulher, assustadoramente heterossexuais. Androgínicos de jeito esquízoide. Encantam a esfera feminina com os seus invólucros de machos dominantes. Revestidos com trapos selados por marcas socialmente aceites e acessórios de acordo.
Balanceiam-se pelos espaços sociais nocturnos, numa agitação preocupante pela sua insignificância.
Espelhado no seu perfil, uma pseudo-segurança vil, reacção, claramente contra-fóbica e petulante de quem teme não ser aceite, teme não ser amado. De quem sofre sem entender que a origem desta dor está, provavelmente na escolha de ser “o mais”.
“O mais” é aquele que julga, erroneamente dominar aqueles que o rodeiam. Mas, contudo, não consegue, tão pouco e sequer, dominar-se a si mesmo. Já que, primariamente ainda deambula na demanda da origem das suas acções mais ordinárias.
“O mais”, “o ser” socialmente aceite. Aquele que agrada a vista de todos. Invejado pelos do mesmo género, disputado pelas do género oposto. Na verdade, não passa de alguém carente de respostas, carente de valores, carente de exemplos.
Fruto de uma sociedade de consumo, “o mais” metamorfoseado pela mesma, resulta em algo, meramente consumível.

Obrigada a todos “os mais” que me alegram a vista, mas, por favor, não me incomodem com palavras que nem sabem proferir.

sábado, abril 28, 2007

Lapso consciente

Contraste, contrário, contraposto, contra-senso, contributo, contra-producente, controlável, contrafeito, contra-tudo..

Concretamente?

Nada!

quinta-feira, abril 19, 2007

Letargia-de-Emoções

Mais uma vez num cómodo estado de inércia feliz..
Quero poder ser cenário dos dias que gentilmente vão passando. Temperados ao sabor do tempo.
Circunstâncias e aparentes acasos dão brilho ao desgaste das minhas células.
Certa da holisticidade de um futuro que talvez se concretize, quero sentir calmamente as cores e os sabores de quem em mim esporadicamente repousa.

domingo, abril 15, 2007

amnesia

Ontem queria qualquer coisa..
Mas acho que hoje me esqueci.

sexta-feira, abril 13, 2007

domingo, abril 01, 2007


Estou Além

"Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou."

António Variações


Comentários?!..
Apenas um: É este o meu constante estado de alma.

quinta-feira, março 15, 2007

Erva Daninha Alastrar

"Só eu sei,
Só eu sei que sou terra,
Terra agrestre por lavrar,
Silvestre monte maninho,
Amora, fruto sem tratar.

Só eu sei que sou pedra,
Sou pedra dura de talhar,
Sou pedrada em aro,
Calhaus em forma de encastrar.

A cotação é o quiserem dar,
Não tenho jeito pra regatear,
Também não sei se a quero aumentar.

Porque eu não sei se me quero polir,
Também não sei se me quero limar,
Também não sei se quero fugir deste animal
Que ando a procurar.

Só eu sei que sou erva,
Erva daninha alastrar,
Joio trovisco, ameaça
Das ervas doces de enjoar.

Só eu sei que sou barro,
Dificil de se moldar,
Argila com cimento e cérebro,
Nem qualquer sabe trabalhar.

Em moldes feitos não me sei criar,
Em formas feitas podem-se quebrar,
Também não sei se me quero formar

Porque eu não se me quero polir,
Também não sei se me quero limar,
Também não se quero fugir deste animal
Que ando a procurar."

António Variações

A verdade é que, às vezes parece, que temos vergonha da nossa essência animal.. Talvez porque nos achamos demasiado superiores aos restantes animais.
Pensamos que somos inteligentes e que por isso dominamos o mundo. Mas a verdade é nem a nós mesmos conseguimos dominar, quanto mais o mundo.
Somos um animal de comportamento complexo, mas não deixamos de ser um animal.
Uma das características que nos distingue dos restantes animais é a nossa elaborada forma de comunicar.
Comunicamos. Aprendemos pela comunicação, passamos testemunho das nossas aprendizagens, registamo-las em suporte de forma a revê-las ou reouvi-las. E assim, achamos ser super especiais e super inteligentes.
Para além da comunicação, temos também, um espírito de origem diferente dos animais. Que nos confere a capacidade de amar.
Mas o nosso espírito é como o nosso corpo. Se não o alimentarmos morre.
O nosso espírito tem a vantagem de o podermos desenvolver em vários corpos, segundo as vidas que vamos tendo.
Para mim, António Variações foi um espírito que nasceu iluminado com uma vasta bagagem de conhecimentos sobre a existência humana que se recusava a desaprender aquilo que para ele já era sabido. Foi um espírito com a missão nobre de nos fazer pensar a nós portugueses sobre questões existenciais bem relevantes e de uma forma acessivel a todos.
Ao fim e ao cabo, será que devemos formar o nosso corpo e o nosso espírito?
Formar sob que padrões? Formar com que propósito?

terça-feira, março 13, 2007

Sempre Ausente

"Diz-me que solidão é essa que te põe a falar sozinho,
Diz-me que conversa estás a ter contigo?
Diz-me que desprezo é esse que não olhas pra quem quer que seja,
Ou pensas que nao existe nínguem que te veja?

Que viagem é essa que te diriges em todos os sentidos?
Andas em busca dos sonhos perdidos...

«Lá vai o maluco, lá vai o demente,
Lá vai ele a passar»
Assim te chama toda essa gente.

Mas tu estás sempre ausente
E não te conseguem alcançar.

Diz-me que loucura é essa que te veste de fantasia,
Diz-me que te liberta de vida vazia?
Diz-me que distância é essa que levas no teu olhar,
Que ânsia e que pressa que queres alcançar?

Que viagem é esse que te diriges em todos os sentidos?
Andas em busca dos sonhos perdidos...

«Lá vai o maluco, lá vai o demente,
Lá vai ele a passar»
Assim te chama toda essa gente.

Pois tu estás sempre ausente
E não te conseguem alcançar.

Mas eu estou sempre ausente
E não me conseguem alcançar..."

António Variações

Esta é talvez a letra com que mais me identifico, talvez pelos meus interesses pelo comportamento humano desviante e por psicopatologia.

Quando tendemos a fugir dos padrões sociais somos imediatamente censurados e até excluídos. É uma consequência inevitável e intrínseca ao ser humano. Isto porque nos regemos por estereotipos e preconceitos.
Mas é importante esclarecer que tudo isto tem uma razão de ser.
Estereotipos são modelos que arranjamos para organizarmos a informação no nosso cérebro. É como se tivessemos várias gavetas no nosso cérebro que equivalem a várias categorias, e quando conhecemos algo ou alguém, temos de arrumar de imediato essa informação. É uma necessidade. É uma implicância funcional do nosso organismo.
Preconceitos, como o próprio nome expõe, é uma concepção prévia que temos antes de conhecer a fundo uma situação ou uma pessoa. Mas é também uma necessidade funcional do nosso sistema.
Não gosto nada de ser teórica mas às vezes torna-se necessário recorrer à teoria para podermos compreender o funcionamento de certas situações. O que acho que é o caso.
A ignorância é sem duvida a principal causa do sofrimento.
Acabamos muitas vezes de ser vitimas e agressores de preconceitos e estereotipos, quando no fundo apenas estamos a agir segundo aquilo que sabemos.. Sabemos, neste caso, não Saber é lixado.
Se calhar o Saber sempre ocupa lugar..porque nos dá mais espaço de manobra.
Mas enfim.. Isto pra dizer que quem se rege mais por estereotipos e preconceitos é apenas ignorante.
Todos damos o nosso melhor. Todos fazemos o melhor que conseguimos. Se não fazemos mais.. é porque não sabemos como. Não temos a verdadeira consciência do certo e do errado. E isso eu não condeno jamais.
E a verdade é que muitas vezes eu estou sempre ausente..

Ode

António Variações é para mim uma personalidade que adoro pela sua atitude perante a vida e perante o mundo, e por isso decidi incluir nos próximos dias algumas das suas letras e juntar um pequeno comentário.

segunda-feira, março 12, 2007

Pra quem eu nunca vi

Neste contexto social cada vez mais individulista, sinto-me cada vez mais imbuida neste isolamento interpessoal.
A minha vida está cada vez mais impregnada de uma solidão que ao mesmo tempo me conforta.
Conforta porque neste turbilhão de emoções mal interpretadas, ou dirigidas, de intenções mal projectadas, ou desfocadas que é o mundo do relacionamento humano, cada vez mais se afasta da minha realidade. Por outro lado, não sei até que ponto quero deixar de viver estes conflitos. Pois sem estes conflitos o que é da nossa raça?
Lembrei-me de um texto que escrevi há 11 anos, quando não existiam blog's e quando o papel era o meu único suporte emocional. E resolvi colocar esse texto aqui, por se manter estranhamente actual:


Estou mais uma vez à margem do rio. Por ele outras vidas passam, mas a minha.. a minha quase não existe. Diluiu-se com a água corrente e agora faz parte do cenário de outras que buscam o mesmo fim, a mesma morte.
Sem reacção deriva pelo rio, onde tudo tem significado, onde não há mistério algum.
Deixa-me navegar em paz e não me incomodes com amizades (?). Preciso de alguém que não me queira, preciso de alguém que não existe.
Hoje um pássaro numa gaiola disse-me que não passamos de criaturas que coabitam numa gaiola gigante, cuja vantagem é o poder do isolamento no meio de uma multidão.
Sinto que cada vez mais me distancio de todos, me isolo, me torno diferente, sem qualquer estatuto, apenas diferente.
Cada vez o rio se torna mais estreito e sem hipoteses de escapa.
Criatura imbecil, diz-me que mais queres que faça para dizer que a minha alma precisa da tua? Onde andas?
Nunca mais me encontras e começo a ficar farta e ainda nem te conheci.
Porque tenho de esperar tanto? Ok. Talvez para te dar o devido valor quando te encontrar.. mas antes disso quero dizer-te que te adoro, te venero e que te vou amar até ao fim.
Fode-me a alma, cada dia que passa e não te vejo. A vida escasseia e mal posso esperar por mergulhar na tua encantadora pessoa, navegar contigo até ao fim do rio, até ao fim desta nossa linda e farta existência.
(09/10/96)

Ler isto que escrevi com os meus 18 anos, provoca-me sentimentos mistos de conforto e desassossego.. Por um lado sinto um conforto estranho, por outro, sinto algo assustador por ser tão actual.
A única diferença é que já não procuro por quem nunca vi.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Vitimas-sofredoras-de-enganos-e-lamúrias

Partindo do pressuposto que a vida é uma dimensão eterna, que fazer perante um estádio de inércia consequente desta ideia?
Será que vale a pena viver perante este constructo abstracto, desconfortante e prazeroso ou mesmo tempo?
Nesta dimensão sofredora da nossa existência, rodeados de negatividade, torna-se sem dúvida difícil conseguir um estado de equilibrio e segurança, fundamentado numa auto-estima sólida e num bem-estar frutífero..
No entanto, se é possível - digo-vos eu porque o sinto em mim - por que é que o ser humano insiste em não tentar atingir este estado de graça?
Será que é assim tão ridículo ser feliz que nem merece o esforço?
Será que ser feliz é apenas pr'os idiotas?
Ou será que nos sentimos tão fracos e vitimados que achamos não ter forças para o atingir?
Quanto a mim que aqui escrevo, este estado de plenitude não é inalcansável, pelo contrário.
Garanto eu, e quem me entende por sentir o mesmo, que a vida é estado de graça permanente tanto nos ganhos como nas perdas, tanto nos fracassos como nos sucessos.
Para quê insistir na ideia que somos umas vítimas tristes e sofridas de tudo o que é exterior a nós? Isso é a maior limitação que existe no caminho rumo à felicidade e também o maior engano. Pois somos vítimas, sim, mas de nós próprios e das nossas acções nunca, em tempo algum, somos vítimas das acções dos outros...

Tenho dito.. perdoem-me este rasgo de radicalismo.. mas estou farta de queixumes e lamúrias constantes e incoerentes.

Om Shanti***
A leveza de Ser equivale ao peso da consciência..