domingo, março 23, 2008

Consciência inerte ('Despite all my rage i am still just a rat in a cage')

Agir.

Vontade de gritar e espalhar uma consciência social contestatária interventiva.
Esta necessidade enorme de 'fazer', de instalar mudança, é-me tão familiar que às vezes me 'con-fundo' com ela.
Ando a fermentar há muito tempo e sinto-me a transbordar.

Acho legítimo esta vontade de fomentar a revolta perante as injustiças sociais presentes, no entanto, (não sei se será do meu caranguejo em Júpiter) mas não consigo encontrar os meios para agir.
Sinto que me falta criatividade ou um insight luminoso que me tire desta inércia desconfortável.

O associativismo actual de intervenção que por aqui se pratica é demasiado oportuno, separatista e vazio de valores pertinentes para que me deixe enquadrar em qualquer movimento que existe.

Mas sinto-me demasiado pequena e limitada para criar algo novo.
Continuo a ter fé num futuro sincronismo que me ajude a resolver este impasse.
Pois sei que não me conseguirei nunca resignar a este conformismo otário que aparenta tomar conta da sociedade.

quinta-feira, março 20, 2008

Magnetismo Nutritivo

Com a consciência de que somos seres em que a nossa ligação interpessoal se consuma através das trocas energéticas que efectuamos a todo o minuto, torna-se complexo explicar o fenómeno da atracção entre as pessoas.

Aparentemente, a lei da atracção implica que apenas atraímos energias semelhantes às nossas. No entanto, isso não acontece.

Frequentemente atraímos pessoas que ao invés de serem semelhantes, são antes atraídas por nós pelo facto de lhes podermos proporcionar a energia ou força vital de que têm em falta.

Ou seja, atraímos os opostos energéticos. Seja por complementaridade energética ou mesmo por busca de equilíbrio cósmico, o facto é que acontece este fenómeno.

Porque não conseguimos nós atrair pessoas de energias semelhantes?

É uma pergunta que, a meu ver, tem uma resposta optimista. De facto as pessoas de energias semelhantes atraem-se. Mas contudo, é comum ver pares amorosos em constante desequilíbrio energético em que um dos dois é sempre quem alimenta o outro energeticamente, e por sua vez este ultimo suga a energia vital do primeiro.

O que fazer perante esta situação que sempre provoca infelicidade nas relações?

Será correcto fazer juízos de valor, ao dizer que nos devemos permitir atrair apenas pelas pessoas que sabemos que não nos vão sugar energia?

Será que devemos deixar que as pessoas se alimentem energeticamente de nós?

Parece-me uma questão de bom-senso lidar com estas situações.

No entanto, no meu entendimento, radicalista confesso, sinto que as pessoas que se alimentam das outras nunca vão conseguir deixar de o fazer. Não acho que seja uma questão de aprendizagem. Parece que nascemos com uma aptidão inata neste sentido. Ou seja, quem nasce com a aptidão de não se alimentar nunca dos outros jamais vai deixar de fazer uso dela, e por sua vez, quem nasce com a aptidão de se alimentar energeticamente dos outros parece que nunca irá prescindir dessa habilidade.

Aqui embatemos num paradoxo importante de definir que é: será que estamos aqui de facto para sermos cada vez melhores?

Ou será que por muito que tentemos aprender e mudar seremos sempre fieis à nossa essência enquanto condição inata?

Sabemos que a personalidade é algo que se apresenta imutável, apenas as nossas atitudes são passíveis de sofrer alterações.

Concomitantemente, sabemos que estamos numa dimensão em que não há separação real entre os seres, ou seja, somos todos um só.

Empiricamente sei que o que se apresenta complexo, regra geral, é no fundo simples. Apenas se complica pela dificuldade, ou mesmo impossibilidade, de explicar aquilo que de facto não se entende.

Quando entendemos algo verdadeiramente a sua explicação torna-se facilmente perceptível, pelo que o contrario já não será.

Concluindo, não conseguirei ainda explicar aquilo que anda não me chegou ao entendimento.

Lamento(é nesta parte em que me sinto uma nulidade humana).

segunda-feira, março 17, 2008

Parábola do Beija-Flor

Esta história acompanha-me desde 2001, foi um professor da faculdade que me transmitiu, Dr. Hugo Jorge, numa aula de Educação Permanente, aproveito para agradecê-lo.
Marcou-me e tem me acompanhado desde essa altura.

"Dizem que havia um grande incêndio na floresta e todos os animais fugiam das imensas chamas. O leão viu um beija-flor encher o seu bico com a água do rio e voar de volta para o incêndio e despejar aquelas gotas de água sobre o fogo. O leão chamou o beija-flor e lhe disse:
- Mas tu achas que vais conseguir apagar o fogo sozinho?!
Ao que o beija-flor lhe respondeu:
- Não vou conseguir apagar o fogo sozinho, mas faço a minha parte"."

Portugal

Em mudanças

domingo, março 16, 2008

Pra quando uma consciência social e política interventivas?

O registo cultural de influência repressiva e limitadora da Igreja Católica torna-nos de facto criaturas restringidas a círculos de acção nada inovadores ou promotores de crescimento individual.

A minha passagem por esta instituição foi baseada nos ideais supremos desse grande homem por quem me apaixonei desde que li a Bíblia. Esta paixão inevitável tornou-me consciente de que é importante pôr em prática certos comportamentos de entre-ajuda social. E assim fui.
No entanto, o meu auto-conhecimento continuou a 'mexer' e, por muito tolerante que seja, não me foi possível continuar a compactuar com esta instituição, que de cristã tem tão pouco.

Poderia até dar-me ao trabalho de nomear certos efeitos nocivos que implementa nas pessoas que lá estão, mas por ora não vou por aí.
A minha passagem por lá for mais demorada por outra paixão que tenho por outro grande homem, Baden Powell, e que fez prolongar esta minha estadia.
O movimento fundado por BP é sem dúvida de louvar pelos seus princípios e objectivos, e foi sem duvida das melhores experiências da minha vida. No entanto, se nem BP era católico, que legitimidade pode ter a Igreja Católica no escutismo?

Será possível que mesmo estando neste enquadramento social de globalização cada vez maior, de fácil acesso ao conhecimento, o nosso povo português ainda se mostra tão afectado por esta Igreja de mártires, santos (e os tornados santos por conviniência), falsos celibatários, virgens que rezam orações repetidas (que enquanto rezam não dão asas à líbido), mulheres que podem usar a matemática para não ter filhos mas estão proibidas de usar a quimica. Foda-se.

De facto enquanto esta influência se mantiver neste grau de nocividade à mente portuguesa, será difícil dar a volta a esta grande recessão económica que vivemos.
Continuamos com as vistas curtas.

Preocupa-me pela miséria que aumenta e que a maioria não vê ou simplesmente se conforma (como catolicamente convém) com a quantidade de injustiça social que se vive.

Realmente Portugal é o país de mentes ideais para maltratar, pois as pessoas reagem com uma enorme passividade a esta gestão política deste governo de merda.
Todos estão demasiado preocupados em se estupidificar com valores encobertamente-católicos, valores de um materialismo egoísta e de telenovela.

E quem vai ser caridoso, quem nos dará pão quando todos estivermos na miséria??
A Igreja Católica?
Ahahaha!

Já agora..
Acho que Cristo tentou fazer uma revolução ao querer acabar com a religião enquanto instituição, por isso não devia ser lá muito conformista nem devia gostar muito deste tipo de instituições.

E por último, não me lembro de alguma vez ter aprendido que Cristo era cristão (Obrigada João A.).

domingo, março 02, 2008

Violino Vermelho

Restrita a visão, sigo pela intensidade da ligação cada vez mais forte e consciente que me é possibilitada.
Avanço sempre feliz e certa desta segurança que me é confiada. Servir. Sou meio entre o princípio e o infindável. Grata.
A leveza de Ser equivale ao peso da consciência..