sábado, dezembro 19, 2009

Paragem

Perdida nos espaços vazios da consciência, faço-me invadir pela questão eminente que me pulsa da mente.. A questão sempre foi a mesma mas, sempre que invocada, se torna mais clara.
Estou cansada.

domingo, dezembro 13, 2009

Reconhecimentos

Hoje, quero agradecer a todos os que não gostam de mim. Aqueles que me desprezam e que me olham com desdém. A todos os que me odeiam. O meu sincero obrigado.
É no contraste que percebo melhor a minha identidade. Sem este contraste não seria capaz de me reconhecer.
É naquilo que me detestam que entendo a minha essência. E eu amo a minha essência.
Amo os meus inimigos porque sem eles eu não conseguiria ver-me como sou e amar-me com a força que me sustenta.
Obrigada.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Fugas

A força do amor é a única que serve a existência na sua plenitude.
A vida sem amor é uma vida sem chão, sem calor.
O amor jamais pode servir o sofrimento. Um sofrimento que consome e mata a espontaniedade de um abraço, de um sorriso, de uma palavra, um gesto simples.
Gestos de paixão e posse condenam a pureza de emoções cândidas e ingénuas de um sentir que pulsa no peito com a força de mil galáxias.
Vivendo na pressa de um consumo vivaz de experiências de prazer fugaz, tentando esquecer emoções plenas de amor, só nos pode levar à ruína da alma.
Fugir de emoções puras é idiota o suficiente para nos castigar com horas vazias de sentido. Fugir do amor é como fugir de nós próprios, da nossa natureza. E a nossa natureza é boa, é quente e plena de sabedoria e abundância.
É uma escolha. Como sempre uma escolha.

segunda-feira, agosto 31, 2009

Visões

Imagens saltitantes de linhas e cores agitam-se e misturam-se na vastidão de uma mente viva demais.
A psique domina a vontade. Cansa-a de nadas e de excessos. Confunde a acção.
Barra a intuição e repete o nervosismo tosco de previsíveis gestos e palavras.
A mente mente.
Atrapalha os passos na sua sede de poder.
Transpira a formatação de uma civilização ignorante, primária.
Sustentada pelos olhos de quem não vê nada, confortada pelo peso dos hábitos da maioria.
Missionária no esconder da verdade.
Desculpada pelo facilitismo de viver, dificulta a existência.
Corrompe a natureza, a essência de ser.
A mente mente.

terça-feira, maio 26, 2009

Alvo

Completamente perdida nos desequilíbrios humanos.. Magoa-me a inevitável pergunta que insiste em ocupar-me a mente:
Por que motivo serei eu alvo constante de psicopatas?

Continuarei pacientemente à espera da resposta.

segunda-feira, março 16, 2009

Água

A genuinidade é para mim capacidade mais apreciada nas pessoas.
A espontaneidade de ser revela a essência individual e bela de cada criatura.
Os medos muitas vezes atropelam-nos as atitudes levando-nos a agir conforme a razão e não conforme a emoção. Mas se é a emoção que nos define os contornos da existência, de que valem os filtros racionais que impomos a nós próprios?
A racionalidade que tão bem nos serve a acção, pela imposição de condutas socialmente aceites ou, simplesmente, nos evita (supostamente)sofrimentos futuros, faz-nos respirar a incerteza de viver subjugados a padrões de comportamento frios e desumanos pela sua natureza artificial.
Somos criaturas meramente escravas dos nossos raciocínios e por isso ineficazes no relacionamento humano.
Ao alimentarmos uma relação com os nossos pensamentos e deduções adquiridas pela experiência de sofrimentos passados e previsões infundadas, estamos a matar aquilo que de bom tem a interacção humana. Pois a base de uma relação é a emoção e não a razão.
Enquanto o pensamento é o melhor que temos enquanto seres vivos, a emoção é, sem dúvida, o que melhor temos enquanto humanos. E é esta humanidade que sirvo e que me concretiza o ser.
Alguém consegue amar pela razão?
Racionalmente sei, que a razão que tanto me perseguiu as emoções e me impediu de amar e experienciar a maior sensação de felicidade humanamente possível, agora está em lugar seguro, para poder amar verdadeiramente as pessoas com toda a minha essência e totalidade de ser.
Medo? De quê? :)
O medo serve tão bem a insegurança e a frustração..

domingo, março 01, 2009

Adiamentos

Visto a farda do desalento.
E não sei que rumo tomar a partir daqui.
Quero a verdade descoberta.
E o caos resolvido.
Estamos no limite do artificial, do consumo, da destruição de nós mesmos.
Continuar mostra-se um caminho escuro, pelo desligamento à origem, e incolor de arte.
Previsível.
Em mim, evasão é resposta (sei que ineficaz) consequente deste meu estado permanente de consciência minoritária mas vendida.
Quero sair daqui, mas fico sempre..

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Ar

Esta nova fase que se-me avizinha agoura uma carga de tranquilidade que me seduz, talvez pela sua simplicidade.
Sinto-me mais animal, mais perto da terra e da essência das coisas.
Este aparente isolamento social oferece-me a solidão que preciso e que tantas vezes, por outro lado, me fere o ego.
Mais perto de nada, mais perto de tudo: a paixão pelos extremos que me persegue e me desenha os actos.
Cultivo, agora, assim, este querer sentir mais, sentir melhor, sentir simplesmente. De ser irracional sem consequências valorativas, já que a razão me transbordou tantas vezes nos insucessos vividos.
A leveza de Ser equivale ao peso da consciência..