terça-feira, maio 01, 2007

O "Mais"

Homens-mulher, assustadoramente heterossexuais. Androgínicos de jeito esquízoide. Encantam a esfera feminina com os seus invólucros de machos dominantes. Revestidos com trapos selados por marcas socialmente aceites e acessórios de acordo.
Balanceiam-se pelos espaços sociais nocturnos, numa agitação preocupante pela sua insignificância.
Espelhado no seu perfil, uma pseudo-segurança vil, reacção, claramente contra-fóbica e petulante de quem teme não ser aceite, teme não ser amado. De quem sofre sem entender que a origem desta dor está, provavelmente na escolha de ser “o mais”.
“O mais” é aquele que julga, erroneamente dominar aqueles que o rodeiam. Mas, contudo, não consegue, tão pouco e sequer, dominar-se a si mesmo. Já que, primariamente ainda deambula na demanda da origem das suas acções mais ordinárias.
“O mais”, “o ser” socialmente aceite. Aquele que agrada a vista de todos. Invejado pelos do mesmo género, disputado pelas do género oposto. Na verdade, não passa de alguém carente de respostas, carente de valores, carente de exemplos.
Fruto de uma sociedade de consumo, “o mais” metamorfoseado pela mesma, resulta em algo, meramente consumível.

Obrigada a todos “os mais” que me alegram a vista, mas, por favor, não me incomodem com palavras que nem sabem proferir.

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A leveza de Ser equivale ao peso da consciência..