segunda-feira, março 16, 2009

Água

A genuinidade é para mim capacidade mais apreciada nas pessoas.
A espontaneidade de ser revela a essência individual e bela de cada criatura.
Os medos muitas vezes atropelam-nos as atitudes levando-nos a agir conforme a razão e não conforme a emoção. Mas se é a emoção que nos define os contornos da existência, de que valem os filtros racionais que impomos a nós próprios?
A racionalidade que tão bem nos serve a acção, pela imposição de condutas socialmente aceites ou, simplesmente, nos evita (supostamente)sofrimentos futuros, faz-nos respirar a incerteza de viver subjugados a padrões de comportamento frios e desumanos pela sua natureza artificial.
Somos criaturas meramente escravas dos nossos raciocínios e por isso ineficazes no relacionamento humano.
Ao alimentarmos uma relação com os nossos pensamentos e deduções adquiridas pela experiência de sofrimentos passados e previsões infundadas, estamos a matar aquilo que de bom tem a interacção humana. Pois a base de uma relação é a emoção e não a razão.
Enquanto o pensamento é o melhor que temos enquanto seres vivos, a emoção é, sem dúvida, o que melhor temos enquanto humanos. E é esta humanidade que sirvo e que me concretiza o ser.
Alguém consegue amar pela razão?
Racionalmente sei, que a razão que tanto me perseguiu as emoções e me impediu de amar e experienciar a maior sensação de felicidade humanamente possível, agora está em lugar seguro, para poder amar verdadeiramente as pessoas com toda a minha essência e totalidade de ser.
Medo? De quê? :)
O medo serve tão bem a insegurança e a frustração..

3 comentários:

Teodorico disse...

Não amiga. Afinal não serás tu a Louca...mas que estranha coisa a Emoção.
Cientificamente até pode ser qualquer deste género:
"...As emoções fazem parte de um sistema integrado de dispositivos inatos e automáticos que visam solucionar os problemas básicos da vida e assegurar o bem-estar do organismo. Contribuem assim para a regulação homeostática de um organismo cuja sobrevivência depende da manutenção de condições internas estáveis e da possibilidade de adaptação às variações do mundo exterior. Enquanto mecanismos biológicos de auto-regulação, as emoções têm uma dupla função. A primeira é a produção de uma reacção específica do organismo a uma situação indutora, isto é, a um estímulo emocionalmente competente presente no meio exterior. A segunda função é a regulação do estado interno do organismo, através de modificações do corpo (ritmo cardíaco, pressão sanguínea, etc) que visam preparar o organismo para a reacção acima referida."
Damásio, António, O Sentimento de Si, Publicações Europa-América, Lisboa, 1999.
Ao Encontro de Espinosa, Publicações Europa-América, Lisboa, 2003.

... muito pomposo diria eu, mas há mais:

"emoção é uma experiência afetiva que aparece de maneira brusca e que é desencadeada por um objeto ou situação excitante, que provoca muitas reações motoras e glandulares, além de alterar o estado afetivo. Nossa existência está contextualizada no mundo e como tal, vivemos cercados de objetos, situações e de outras pessoas com quem interagimos. Tudo o que nos cerca provoca um desejo de afastamento ou de aproximação e estes desejos, mesmo que não sejam realizados, constituem a experiência afetiva de cada um."
Autoria: Alexandre Dal Pizzol

... mas ao resto e ao cabo o que é a emoção?
Palavras de quem pouco ou nada sabe, ou acha que já se esqueceu, ou ainda de um medroso!!!
É aquela alegria infantil do piqueno que recebe a prenda que há muito pedia e que tardou em receber; é a alegria e o estado letárgico provocado por aquele beijo inocente e que faz um coração bombear oceanos...Afinal foi Amor a coisa mais parecida com o que vi de EMOÇÃO!!!

Karochinha disse...

As emoções e os sentimentos que são provocados por elas, são o espelho da nossa alma e deveriam ser o nosso guia absoluto em quem deveríamos confiar e seguir sem questionar. São a verdade oculta, mascarada pela razão e por actos aparentemente seguros e fiéis, iludindo-nos, orientando-nos que nem marionetas.
E preciso cortar essas amarras que tanto nos prendem aos modelos racionalizados e cada vez mais longe do que é real!

Beijocas

P.S. - Gosto de te "ver" por cá, cara leonina ;)

Angela Maria disse...

O medo escraviza-nos...
Mas como o Um Curso Em Milagres diz "Não somos escravos do mundo que vemos." e podemos libertar-nos de tudo o que nos prende: as emoções geradas por pensamentos equivocados.

Beijinhos

A leveza de Ser equivale ao peso da consciência..