domingo, abril 20, 2008

Uma questão de prioridades e defesa de imagem

De todas as fórmulas que o governo inventa para condicionar o bem-estar das pessoas deste país, esta sem dúvida é mais uma que dá vontade de lhes vomitar para cima..

Fórmula 1

sábado, abril 19, 2008

Cronismo interno

Acordados,
Somos pilares de força neste mundo de vunerabilidades.

Desvios

Atraindo atracções atractivamente cheias de paz, deambulo como feliz caminhante, certa de uma chegada plena e amorosa a sítio indeterminado, pelo menos por mim, ainda.
Encho-me do brilho desta luz que me envolve e respiro grata o materialismo deste local farto de enganos e desinformações. Desinformações que provocam ilusões, ilusões que provocam mentiras, mentiras que provocam maus rumos, maus rumos que resultam em atrasos, atrasos ao crescimento.
Vesti a pele de um cego, um cego que não quer compactuar com a negatividade deste espaço. Não quero ver, mas quero ainda menos sentir o lado negro fabricado pelos demais.
Sou paz, harmonia, autenticidade e desvio. Quero ser sempre desvio e poder desviar comigo os que procuram o mesmo que eu procurei e encontrei dentro de mim.

quinta-feira, abril 10, 2008

Mentes Pelos Ares


Bem.. Aproveitando ali a paranóia desocultada no teste de personalidade fidelíssimo abaixo, acho que estou mesmo a sofrer deste mal.
Parece que não vejo ninguém preocupado com as alterações do clima actuais..
Mas será que toda a gente acha que o Al Gore é um oportunista e/ou que "A Verdade Inconveniente" é obra de ficção??
Que o senhor se aproveite politicamente da situação é óbvio, mas que seja irreal a situação actual do planeta e as previsões catastróficas, francamente...
Será que nos devemos conformar com a nossa incapacidade de fazer o que quer que seja para contrariar esta realidade, este problema que é o aquecimento global?
Vamos continuar com os nossos planos diários e a curto-prazo e depois logo se vê!?
"Tornados?? Agora não tenho tempo pra pensar nisso porque tenho muita coisa em que pensar.."
Brilhante, a mente humana.. Fantástica mesmo.

Vê aqui
E aqui

terça-feira, abril 08, 2008

Camisolas

Ando um pouco entediada com o requinte de apartar da nossa espécie.
Eu sou disto, tu és daquilo, o outro é da outra coisa..
Pelos vistos a pulsão provocada pelo fenómeno da globalização ainda não teve o impacto suficiente na mente humana.
E cá continuamos com os separatismos ridículos..
Ele é cores, clubes, partidos políticos, religiões, marcas e estilos de roupa, grupos, grupinhos...
Tudo não passa de uma necessidade social vital ao humano de se integrar na sociedade através do recurso a uma identidade social.
Até aqui tudo bem. Mas se observarmos as consequências em termos duma sociedade alargada, depressa se verifica que todos estes grupos servem o tributo do separatismo bruto, em que eu sou melhor porque pertenço a este grupo e tu és menos porque pertences a outro grupo. E cá andamos nisto, esquecendo a fome, a miséria e a injustiça social que este país respira.
Somos fantásticos fantoches, escravos de camisolas.
Para quando uma individualidade expressiva de uma consciência social saudável?


Para concluir, encontro aqui cabimento o recordar destas palavras de Jorge Palma :)

quarta-feira, abril 02, 2008

O Outro/TU

Ai pá.. Detesto que me tentem tirar sem pedir, aquilo que dou de boa vontade se pedirem.
Inveja mascarada de contemplação e admiração.
Culto parvo e desmesurado do corpo e da carne. Foda-se.
Cobiça aquilo que não consegues ter por mérito próprio ou morre de tédio porque não consegues descobrir quem vive sufocado dentro de ti.
Vês apenas 'o outro',
a beleza do outro,
o corpo do outro,
a roupa do outro,
o estilo do outro,
as palavras do outro,
o carro do outro,
o dinheiro do outro..

E tu??
Onde estás no meio disso?


(estou muito pouco pro-activa hoje, perdão, mas tiraram-me sem pedir. vou fazer Reiki..)

domingo, março 23, 2008

Consciência inerte ('Despite all my rage i am still just a rat in a cage')

Agir.

Vontade de gritar e espalhar uma consciência social contestatária interventiva.
Esta necessidade enorme de 'fazer', de instalar mudança, é-me tão familiar que às vezes me 'con-fundo' com ela.
Ando a fermentar há muito tempo e sinto-me a transbordar.

Acho legítimo esta vontade de fomentar a revolta perante as injustiças sociais presentes, no entanto, (não sei se será do meu caranguejo em Júpiter) mas não consigo encontrar os meios para agir.
Sinto que me falta criatividade ou um insight luminoso que me tire desta inércia desconfortável.

O associativismo actual de intervenção que por aqui se pratica é demasiado oportuno, separatista e vazio de valores pertinentes para que me deixe enquadrar em qualquer movimento que existe.

Mas sinto-me demasiado pequena e limitada para criar algo novo.
Continuo a ter fé num futuro sincronismo que me ajude a resolver este impasse.
Pois sei que não me conseguirei nunca resignar a este conformismo otário que aparenta tomar conta da sociedade.

quinta-feira, março 20, 2008

Magnetismo Nutritivo

Com a consciência de que somos seres em que a nossa ligação interpessoal se consuma através das trocas energéticas que efectuamos a todo o minuto, torna-se complexo explicar o fenómeno da atracção entre as pessoas.

Aparentemente, a lei da atracção implica que apenas atraímos energias semelhantes às nossas. No entanto, isso não acontece.

Frequentemente atraímos pessoas que ao invés de serem semelhantes, são antes atraídas por nós pelo facto de lhes podermos proporcionar a energia ou força vital de que têm em falta.

Ou seja, atraímos os opostos energéticos. Seja por complementaridade energética ou mesmo por busca de equilíbrio cósmico, o facto é que acontece este fenómeno.

Porque não conseguimos nós atrair pessoas de energias semelhantes?

É uma pergunta que, a meu ver, tem uma resposta optimista. De facto as pessoas de energias semelhantes atraem-se. Mas contudo, é comum ver pares amorosos em constante desequilíbrio energético em que um dos dois é sempre quem alimenta o outro energeticamente, e por sua vez este ultimo suga a energia vital do primeiro.

O que fazer perante esta situação que sempre provoca infelicidade nas relações?

Será correcto fazer juízos de valor, ao dizer que nos devemos permitir atrair apenas pelas pessoas que sabemos que não nos vão sugar energia?

Será que devemos deixar que as pessoas se alimentem energeticamente de nós?

Parece-me uma questão de bom-senso lidar com estas situações.

No entanto, no meu entendimento, radicalista confesso, sinto que as pessoas que se alimentam das outras nunca vão conseguir deixar de o fazer. Não acho que seja uma questão de aprendizagem. Parece que nascemos com uma aptidão inata neste sentido. Ou seja, quem nasce com a aptidão de não se alimentar nunca dos outros jamais vai deixar de fazer uso dela, e por sua vez, quem nasce com a aptidão de se alimentar energeticamente dos outros parece que nunca irá prescindir dessa habilidade.

Aqui embatemos num paradoxo importante de definir que é: será que estamos aqui de facto para sermos cada vez melhores?

Ou será que por muito que tentemos aprender e mudar seremos sempre fieis à nossa essência enquanto condição inata?

Sabemos que a personalidade é algo que se apresenta imutável, apenas as nossas atitudes são passíveis de sofrer alterações.

Concomitantemente, sabemos que estamos numa dimensão em que não há separação real entre os seres, ou seja, somos todos um só.

Empiricamente sei que o que se apresenta complexo, regra geral, é no fundo simples. Apenas se complica pela dificuldade, ou mesmo impossibilidade, de explicar aquilo que de facto não se entende.

Quando entendemos algo verdadeiramente a sua explicação torna-se facilmente perceptível, pelo que o contrario já não será.

Concluindo, não conseguirei ainda explicar aquilo que anda não me chegou ao entendimento.

Lamento(é nesta parte em que me sinto uma nulidade humana).

segunda-feira, março 17, 2008

Parábola do Beija-Flor

Esta história acompanha-me desde 2001, foi um professor da faculdade que me transmitiu, Dr. Hugo Jorge, numa aula de Educação Permanente, aproveito para agradecê-lo.
Marcou-me e tem me acompanhado desde essa altura.

"Dizem que havia um grande incêndio na floresta e todos os animais fugiam das imensas chamas. O leão viu um beija-flor encher o seu bico com a água do rio e voar de volta para o incêndio e despejar aquelas gotas de água sobre o fogo. O leão chamou o beija-flor e lhe disse:
- Mas tu achas que vais conseguir apagar o fogo sozinho?!
Ao que o beija-flor lhe respondeu:
- Não vou conseguir apagar o fogo sozinho, mas faço a minha parte"."

Portugal

Em mudanças

domingo, março 16, 2008

Pra quando uma consciência social e política interventivas?

O registo cultural de influência repressiva e limitadora da Igreja Católica torna-nos de facto criaturas restringidas a círculos de acção nada inovadores ou promotores de crescimento individual.

A minha passagem por esta instituição foi baseada nos ideais supremos desse grande homem por quem me apaixonei desde que li a Bíblia. Esta paixão inevitável tornou-me consciente de que é importante pôr em prática certos comportamentos de entre-ajuda social. E assim fui.
No entanto, o meu auto-conhecimento continuou a 'mexer' e, por muito tolerante que seja, não me foi possível continuar a compactuar com esta instituição, que de cristã tem tão pouco.

Poderia até dar-me ao trabalho de nomear certos efeitos nocivos que implementa nas pessoas que lá estão, mas por ora não vou por aí.
A minha passagem por lá for mais demorada por outra paixão que tenho por outro grande homem, Baden Powell, e que fez prolongar esta minha estadia.
O movimento fundado por BP é sem dúvida de louvar pelos seus princípios e objectivos, e foi sem duvida das melhores experiências da minha vida. No entanto, se nem BP era católico, que legitimidade pode ter a Igreja Católica no escutismo?

Será possível que mesmo estando neste enquadramento social de globalização cada vez maior, de fácil acesso ao conhecimento, o nosso povo português ainda se mostra tão afectado por esta Igreja de mártires, santos (e os tornados santos por conviniência), falsos celibatários, virgens que rezam orações repetidas (que enquanto rezam não dão asas à líbido), mulheres que podem usar a matemática para não ter filhos mas estão proibidas de usar a quimica. Foda-se.

De facto enquanto esta influência se mantiver neste grau de nocividade à mente portuguesa, será difícil dar a volta a esta grande recessão económica que vivemos.
Continuamos com as vistas curtas.

Preocupa-me pela miséria que aumenta e que a maioria não vê ou simplesmente se conforma (como catolicamente convém) com a quantidade de injustiça social que se vive.

Realmente Portugal é o país de mentes ideais para maltratar, pois as pessoas reagem com uma enorme passividade a esta gestão política deste governo de merda.
Todos estão demasiado preocupados em se estupidificar com valores encobertamente-católicos, valores de um materialismo egoísta e de telenovela.

E quem vai ser caridoso, quem nos dará pão quando todos estivermos na miséria??
A Igreja Católica?
Ahahaha!

Já agora..
Acho que Cristo tentou fazer uma revolução ao querer acabar com a religião enquanto instituição, por isso não devia ser lá muito conformista nem devia gostar muito deste tipo de instituições.

E por último, não me lembro de alguma vez ter aprendido que Cristo era cristão (Obrigada João A.).

domingo, março 02, 2008

Violino Vermelho

Restrita a visão, sigo pela intensidade da ligação cada vez mais forte e consciente que me é possibilitada.
Avanço sempre feliz e certa desta segurança que me é confiada. Servir. Sou meio entre o princípio e o infindável. Grata.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Agora

Vacilo pela estreita linha de paridade real que me embala aqui. Pelo ardor de um ventre mal esquecido espreito à janela desta casa feliz que me protege. Amo intensamente a terra deste meu trilho inato e quero pisar perspicaz a sua rotina, coberta por estas paredes de cal. Cama de algodão e almofada de nada. Continuarei, claro.

quinta-feira, janeiro 31, 2008

A Tirania do Sofrimento

O homem, quando sofre, faz uma ideia muito especial do bem e do mal, ou seja, do bem que os outros lhe deveriam fazer e que ele pretende como se do seu sofrimento derivasse um qualquer direito a ser compensado, e do mal que pode fazer aos outros como se igualmente o seu sofrimento o autorizasse a praticá-lo. E se os outros não lhe fazem o bem quase por dever, ele acusa-os; e de todo o mal que ele faz, quase por direito, facilmente se desculpa.

Luigi Pirandello , in 'O Falecido Mattias Pascal'

A Eterna Criança

Com a força do seu olhar intelectual e da sua penetração espiritual cresce a distância e, de certo modo, o espaço que circunda o homem: o seu mundo torna-se mais profundo, avistam-se continuamente estrelas novas, imagens novas e novos enigmas. Talvez tudo aquilo em que o olhar do espírito exercitou a sua sagacidade e profundeza tenha sido apenas um pretexto para este exercício, um jogo e uma criancice e infantilidade. E talvez um dia os conceitos mais solenes, os que provocaram maiores lutas e maiores sofrimentos, os conceitos de «Deus» e do «pecado», não signifiquem, para nós, mais do que um brinquedo e um desporto de criança significam para um velho, - e talvez o «velho homem» tenha, então, necessidade de um outro brinquedo ainda e de um outro desgosto, - por continuar a ser muito criança, eterna criança!

Friedrich Nietzsche, in 'Para Além de Bem e Mal'

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Realidade palpável

Força de ser. Inabalável constância de sentir. Amar sem limites. Viver sem demandas. Acordar na certeza de viver intensamente aquilo magneticamente surge. Adormecer com a certeza de viver a autenticidade de existir. Olhar a beleza dos contrastes humanos. Amar-me sempre.
Ser feliz com a constância colateral ao viver ligada à luz da energia universal.
Grata sempre.

domingo, janeiro 06, 2008

Expansão

Consciente das escolhas, das presentes mudanças, adaptações, reajustes e revelações, sinto o peso do trabalho árduo que se segue. E aceito-o de bom-grado. Amo cada vez mais o caminho que escolhi ter. Acredito cada vez mais na minha existência e nos meus papeis.
Estou pronta.
Sigo de olhos bem abertos e com a protecção que me é confiada.
Nada nem niguém é mais forte que o poder e a força do amor incondicional.

sábado, novembro 24, 2007

Pedaços de Karen O

"Baby i'm afraid of lot things,
But i ain't scared of loving you.
Baby i knew you were afraid of lots of things
But don't be scared of love
Cause, people will say all kinds of things
That don't mean a dem to me
Cause all i see
It's what's in front of me
That's you.
...
Well maybe you're just a fool
But i know you're just as cool
And cool kids
Belong together."

Yeah Yeah Yeahs

segunda-feira, novembro 05, 2007

A todos os comedores de carne..

Perversões

Aquilo que nos torna fracos, por vezes, tende a dominar-nos por completo.
As nossas limitações são muitas vezes motivo de vergonha, culpa, medo e falta de amor-próprio.
Acho que existem vários factores que levam a esta atitude. Um deles é a nossa educação: sempre nos pressionaram a "portarmo-nos bem".
Outro, é esta relação de competição que mantemos connosco próprios, ao querermos ser "o melhor" entre os melhores.
Outro ainda, é a procura da evolução espiritual.
Esta idolatragem pela perfeição pode tornar-se nociva e pode provocar efeitos perversos.
Ao queremos ser cada vez melhores, podemos estar simplesmente a tentar "matar" a nossa personalidade. O que pode resultar em recalcamentos, e outros, corrosivos ao nosso bem-estar.
Não acredito na morte do Ego. Também não acredito na saúde de um Ego inflamado. Acredito antes, que devemos amar as nossas limitações, pois só assim as poderemos dominar e, por outro lado, só assim poderemos amar as limitações dos outros.
Quem não se ama verdadeiramente a si próprio não poderá dizer que ama outra pessoa, porque claramente não sabe amar.
Ama as tuas limitações. Ama-te tal como és. Respeita a tua essência. Respeita a tua personalidade.
Mudar, sim. Mas uma mudança saudável e feliz.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Cepticismo?

E estava eu a divagar pela net quando fui surpreendida por este resultado de um teste de Numeralogia:

rita, your Heart's Desire is 11
You have a wisdom beyond your years. Even as a child, your understanding of life was considerable, though it likely went unrecognized by others.

You are a born peacemaker. You are driven by a desire to settle conflicts and create harmony. You are a healer and a visionary. You long to make the world a better place, and cannot rest until you have dedicated your life to some worthwhile cause.

Your realm is ideas and philosophy. You are attracted to the world of energy more than to the mechanical or material planes. Philosophy, religion, and less traditional forms of healing are among your specialties.

You are obsessed with the quest for enlightenment.

You are extremely sensitive and possess a high degree of intuition. Subtle messages and feelings of others do not escape your attention. You are powerfully aware of the thoughts and feelings of others. Unless you are well grounded, this can throw you about emotionally. Your awareness can be both a gift as well as a problem, because you so deeply desire to please others and keep harmony in your environment.

Many 11s were born into extremely hostile or turbulent families. This often resulted in psychological pain, lack of confidence, and shyness during childhood. Somehow, the child with an 11 heart's desire recognized the sources of his family's problem. This created an internal conflict for the child, who naturally loved the troubled parent, but could not cope with that parent's behavior.

Therefore, many 11s are scarred early in life. They understand the sufferings of others and seek to be of service in some way.

This is, in fact, the easiest way for you to heal yourself and find your greatest satisfaction.

You understand the importance of close, loving relationships. Therefore, you are selective in choosing your friends and spouse. You are a romantic, idealistic, but somewhat impractical person. Unless you have other balancing characteristics (as indicated by 1s, 4s, and 8s in your chart), it is wise to team up with a more practical and realistic partner.

You have a magnetic and charismatic personality. You like pondering abstract matters. Your intelligence is electric. Ideas, solutions to problems, and inventions seem to come to you as if out of the blue.

You are highly charged and intense. This can cause nervous tension. You need to care for your nervous system with ample amounts of rest, a peaceful environment, and proper diet -- avoiding extreme foods and drugs.

You are often more concerned with universal justice than with the individual.

The 11 is a master number, possessing great potential. It has been entrusted to you as a gift that you are worthy of. The key is to maintain a hold on your ideals and seek ways to practically implement them.

You have a specific role and gift to give to the world. This requires time and maturity to fully comprehend. But with patience and perseverance, you will discover why you felt different and even unique as a child. At that time, you will discover that what made you feel weak as a child will make you strong and confident as a mature adult.

sábado, outubro 27, 2007

Terapias

Decidi incluir neste blog registos meus de há uma década atrás.. Coloquei-os com a data original. Espero não chocar quem pensa que me conhece.
Hoje sou uma pessoa muito mais positiva, embora não tenha mudado quase nada na minha maneira de pensar e de viver. Daí que me surpreenda a mim mesma, o facto de muitos estados de alma daquela altura serem tão actuais. Acho que a minha vida não mudou assim tanto.
Depois do êxtase deixei de escrever, e entreguei-me a ele. No fim desse êxtase, fiquei igual a mim. Sempre feliz, sempre insatisfeita.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Areia-nos-pés

O cheiro do mar dá-me a minha própria pessoa de bandeja..
Hoje senti-me de novo repleta. É um rejubilo de bem-estar meditar em Porto Covo.
Gosto.
Muito!

Bom Dia

Este novo estado de vigília confunde-me.

Cita-se

"As convicções são cárceres."

"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."

"Até os mais corajosos raramente têm a coragem para aquilo que realmente sabem."

"Aquilo que não me destrói fortalece-me"

"Sem música, a vida seria um erro."

"Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos."


Friedrich Nietzsche

segunda-feira, outubro 08, 2007

Estado-meia-estação

Com uma nova concepção da força da gravidade, sinto o peso cada vez menor que as pessoas exercem sobre o planeta.
Será que se torna cada vez menos relevante a sua presença aos meus olhos?
Que estranho sentir este sabor de ressaca após uma festa tão prazerosa.
Sinto o frio do vazio.
A voz da racionalidade diz que é temporário.
Mas a voz da intuição diz que não.
E depois?
"Para quê fazer projectos, quando sai tudo ao contrário?" (Jorge Palma).
Mas é inevitável questionar a emergência do amanhã.
Especular a insegurança de viver na expectativa de encher espaços.
Espaços que de tão vazios mirram, mas são cada vez mais presentes.
Continuo aqui no mesmo sítio de sempre.
Só pra que conste.

Ciclos, círculos, esferas ou qualquer outra coisa redonda

Num entrelaçar de pensamentos parvos mas reais, sinto a pulsão de viver tenuemente abalada pela exclusividade de ser.
Fotografias dos esqueletos trausentes não me surpreendem mais. Culpo a falsa modéstia de sentir óbvios os gestos de quem anda por aqui.
Não me apetece mais ver. Pois não há ilusão. Tudo é calculado e calculável.
A ilusão pula do outro mundo e começa a chamar por mim num tom mais alto. Questiono a coerência de dar uma resposta. E as respostas começam a tornar-se legíveis.
Estou atenta.
Que vocação e que papel tenho eu afinal, nesse mundo que vejo de vez em quando?
Vou sucumbir aos planos desenhados por mim, aqueles que não recordo.
A dificuldade de estar só, continua a impedir o passo seguinte.. Mas continuarei em frente pois não sei andar para trás.

quinta-feira, setembro 27, 2007

"Até Quando?"

"Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer

Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer

Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?


Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco

A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você

Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem q'eu seja educado, q'eu ande arrumado q'eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá

Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar

Escola, esmola
Favela, cadeia
Sem terra, enterra
Sem renda, se renda. Não, não

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro

Até quando você vai levando porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando você vai levando?"


Gabriel O Pensador


terça-feira, setembro 25, 2007

Bocados-de-um-dia

Despertar. Momentos de rara beleza. Ondas de energia que tocam a mente com saborosos raios de conforto. Ser. Contar a história do saber. Sentir a cicatriz que encerra a dura página da paixão. Rir como quem não sabe chorar. Viver como quem sabe bem o que quer. Silêncio. Caminhar na rota do incerto. Adorar a cor da pele de quem ama. O gesto de quem não sabe. A verdade de quem não teme a aurora. E mais silêncio. Contemplação. Alegria. Disparate. Sentir o prazer de errar. Amar quem erra. Pausa. Coragem para trocar de vigília. Sonhar. Silêncio..
Amanhã. Hoje. Depois. Antes. Sempre. Em mim.

terça-feira, setembro 18, 2007

Sei lá!

Este estado balança que me tira as certezas torna-se insuportavel! Arre gaita!
Não consigo escolher, tomar decisões, ou gostar de nada porque gosto de tudo..
Que estranha forma de ser a minha, não admira que me leve a circunstâncias de fraca razão.
O meu leão fica completamente abafado no meio de tanta vénus.
Nem escrever consigo.. Pois poderia estar aqui a escrever e a apagar a noite toda, tal como a minha vida o tem sido. Um erguer e destruir de crenças permanente.
Resta-me preferir o meu leão abusador e pouco zeloso do espaço alheio.
Aqui estão algumas das muitas limitações da minha persona. E ainda assim gosto de mim..
Devo ser mesmo louca como dizem.
Enfim, que se lixe!

quarta-feira, agosto 22, 2007

Fragmentos de Luz

Após quase 2 anos do primeiro post, decidi ser a altura propícia a justificar o seu nome..

Todos nós somos fragmentos de luz.
Pedaços de uma alma maior.
A nossa alma é feita à sua imagem e semelhança.
Somos pedaços dela.
Todos com a mesma origem.
Todos com a mesma finalidade..

Estes Fragmentos de Luz são registos da minha alma.
Emoções intelectualizadas e pragmáticas que sinto, experiencio e tenho prazer em registar.
Espero que, de alguma maneira, estes registos sejam úteis a alguém, caso contrário assumo serem confortáveis para mim.

domingo, agosto 12, 2007

Tu és

Este descontrolo que me domina de uma forma pronfundamente irritante, faz-me sentir viva de novo.
Impele em mim novamente a necessidade de preencher vazios nunca antes colmatados, vazios que não sei se alguma vez irei preencher.
Vazios que só tu consegues despertar, só tu consegues desesperar a mão, que, dormente, não quer sentir.
O coração, que, frio, não quer aparecer.
A mente que não se consegue libertar.
Vazios, por natureza espaços íntimos e invioláveis, condicionados à aurora de um gesto teu.
Resta-me então esta minha crueldade de ser, parca a vontade de preencher contigo os meus vazios violados por ti.
Resta-me esta frieza áspera de dizer palavras vis que cortam as mãos dormentes de não sentir, o coração frio que não se mostra, a mente torta que não liberta esta vontade de te querer.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Alice died

Parco o surrealismo que existe nos dias que correm..
Quanto a mim, o surrealismo é fundamental para romper com os padrões culturais usados e inferteis.
É necessario destruir pra erguer um novo significado das mais vulgares emoções e razões.
Mas o surrealismo parece perder força, neste tempo de fundamentalismos parvos. Em que o que importa é vestir uma camisola e exibi-la com convicção.
Parece que o povo anda mais preocupado em imitar do que em inovar ou construir.
Entristece-me um pouco esta apreensão vaga da realidade..
Tem cheiro de estagnação e falta de amor-próprio.
Faz-me falta um gosto forte de uma paleta de cores dissonantes, uma deliciosa combinação ridicula de formas, uma mistura de palavras non sense que alegram e seduzem pela criatividade que espelham.
Apenas acho que somos mais que isto.

quarta-feira, junho 27, 2007

Consumo anarca

Crenças,
religiões,
políticas,
estilos,
grupos,
tradições,
culturalismos,
wanna besismos
constructos sociais inúteis.
Imitação,
imitação,
imitação,
imitação
cópia,
repetição..

O encontro da nossa identidade (sim, porque a temos livre de tudo isto) passa pelo aniquilar de apegos morais a todas estas retenções sociais, que nos cegam a nossa individualidade e nos prendem a criatividade.
Utopia?..
Utopia é achar que se consegue sentir a liberdade de viver sem que haja este desapego e limpeza moral.
Ser único é inevitável. Nós somos únicos de facto.
Procurar essa nossa essência é um processo maravilhoso..
Viva a liberdade de Ser.

segunda-feira, junho 25, 2007

Crescer? Sim, claro.

Adoro mesmo este país.
Somos retrógados nos valores, nas ideias, na religião, na política, na educação e formação.
Mas temos a simplicidade de uma criança.
Uma criança sempre disposta a brincar, a fazer a festa e a dar opiniões inoportunas e desajustadas, mas sentidas.
Uma criança que teme pela sua pequenez mas que se mostra forte diante os demais - reacção contra-fóbica pouco eficaz, mas a possível.
Adoro mesmo este país (sem mácula de ironia).
E aproveito aqui para apelar ao instinto de evolução que nos é inato. Por favor, não paremos de crescer!

terça-feira, junho 12, 2007

Ruminância cobarde

Há pessoas que têm o dom de me provocar uma irritação crónica nas entranhas..
Arre gaita!

sábado, junho 02, 2007

Oxygen

I wanna be better than oxygen
So you can breathe when you're drowning and weak in
the knees
I wanna speak louder than Ritalin
For all the children who think that they've got a
disease
I wanna be cooler than t.v.
For all the kids that are wondering what they are
going to be
We can be stronger than bombs
If you're singing along and you know that you really
believe
We can be richer than industry
As long as we know that there's things that we don't
really need
We can speak louder than ignorance
Cause we speak in silence every time our eyes meet.
On and on, and on, and on it goes
The world it just keeps spinning
Until i'm dizzy, time to breathe
So close my eyes and start again anew.
I wanna see through all the lies of society
To the reality, happiness is at stake
I wanna hold up my head with dignity
Proud of a life where to give means more than to take
I wan't to live beyond the modern mentality
Where paper is all that you're really taught to
create
Do you remember the forgotten America?
Justice, equality, freedom to every race?
Just need to get past all the lies and hypocrisy
Make up and hair to the truth behind every face
That look around to all the people you see,
How many of them are happy and free?
I know it sounds like a dream
But it's the only thing that can get me to sleep at
night
I know it's hard to believe
But it's easy to see that something here isn't right
I know the future looks dark
But it's there that the kids of today must carry the
light.
On and on, and on, and on it goes
The world it just keeps spinning
Until i'm dizzy, time to breathe
So close my eyes and start again anew.
If i'm afraid to catch a dream
I weave your baskets and i'll float them down the
river stream
Each one i weave with words i speak to carry love to
your relief.
I wanna be better than oxygen
So you can breathe when you're drowning and weak in
the knees
I wanna speak louder than Ritalin
For all the children who think that they've got a
disease
I wanna be cooler than t.v.
For all the kids that are wondering what they are
going to be
We can be stronger than bombs
If you're singing along and you know that you really
believe
We can be richer than industry
As long as we know that there's things that we don't
really need
We can speak louder than ignorance
Cause we speak in silence every time our eyes meet.
On and on, and on, and on it goes
The world it just keeps spinning
Until i'm dizzy, time to breathe
So close my eyes and start again anew

Willy Mason

quarta-feira, maio 23, 2007

Cronismo de karma

Amor à primeira vista..
Hoje falou-se disso no intervalo de formação dos meus adorados técnicos de qualidade.
É realmente fantástico como a vida nos molda e nos ensina. Como estamos em constante metamorfose de crenças..
Se me falassem há uns anos sobre isto, diria: "ridiculo..", "como é possível gostar de alguém pela primeira impressão?"..
Verdade é que hoje acredito.
Pois desde aquele flash de percepção, assimilação, identificação e organização da informação reteniana recebida, que a única mudança de sentimentos foi um crescimento exponencial do conjunto de sensações provocadas pelo primeiro impacto, naquele verónico dia do passado ano..
Negação, raiva, necessidade de distânciamento e mais uns quantos mecanismos de defesa não foram suficientes pra aniquilar este amálgama de emoções de devoção e cumplicidade.
Para quem tem um coração de gelo revejo serem sentimentos demasiado ousados de sentir.
E agora o tempo.. sempre o tempo.
Antes o tempo.. amanhã o tempo.
Tempo para interiorizar, para desmontar os mecanismos pseudo-protectores.
Tempo para entender e tempo para aceitar.
Tempo para decidir e para agir..
Tempo..
Desde o primeiro instante.. tempo.

segunda-feira, maio 14, 2007

Unidades de medida

O tempo não me diz nada.. Alguém me ajude! Preciso de um relógio novo para controlar esta percepção de tempo que me envolve.

Os erros são certos mas os valores também..

terça-feira, maio 01, 2007

O "Mais"

Homens-mulher, assustadoramente heterossexuais. Androgínicos de jeito esquízoide. Encantam a esfera feminina com os seus invólucros de machos dominantes. Revestidos com trapos selados por marcas socialmente aceites e acessórios de acordo.
Balanceiam-se pelos espaços sociais nocturnos, numa agitação preocupante pela sua insignificância.
Espelhado no seu perfil, uma pseudo-segurança vil, reacção, claramente contra-fóbica e petulante de quem teme não ser aceite, teme não ser amado. De quem sofre sem entender que a origem desta dor está, provavelmente na escolha de ser “o mais”.
“O mais” é aquele que julga, erroneamente dominar aqueles que o rodeiam. Mas, contudo, não consegue, tão pouco e sequer, dominar-se a si mesmo. Já que, primariamente ainda deambula na demanda da origem das suas acções mais ordinárias.
“O mais”, “o ser” socialmente aceite. Aquele que agrada a vista de todos. Invejado pelos do mesmo género, disputado pelas do género oposto. Na verdade, não passa de alguém carente de respostas, carente de valores, carente de exemplos.
Fruto de uma sociedade de consumo, “o mais” metamorfoseado pela mesma, resulta em algo, meramente consumível.

Obrigada a todos “os mais” que me alegram a vista, mas, por favor, não me incomodem com palavras que nem sabem proferir.

sábado, abril 28, 2007

Lapso consciente

Contraste, contrário, contraposto, contra-senso, contributo, contra-producente, controlável, contrafeito, contra-tudo..

Concretamente?

Nada!

quinta-feira, abril 19, 2007

Letargia-de-Emoções

Mais uma vez num cómodo estado de inércia feliz..
Quero poder ser cenário dos dias que gentilmente vão passando. Temperados ao sabor do tempo.
Circunstâncias e aparentes acasos dão brilho ao desgaste das minhas células.
Certa da holisticidade de um futuro que talvez se concretize, quero sentir calmamente as cores e os sabores de quem em mim esporadicamente repousa.

domingo, abril 15, 2007

amnesia

Ontem queria qualquer coisa..
Mas acho que hoje me esqueci.

sexta-feira, abril 13, 2007

domingo, abril 01, 2007


Estou Além

"Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou."

António Variações


Comentários?!..
Apenas um: É este o meu constante estado de alma.

quinta-feira, março 15, 2007

Erva Daninha Alastrar

"Só eu sei,
Só eu sei que sou terra,
Terra agrestre por lavrar,
Silvestre monte maninho,
Amora, fruto sem tratar.

Só eu sei que sou pedra,
Sou pedra dura de talhar,
Sou pedrada em aro,
Calhaus em forma de encastrar.

A cotação é o quiserem dar,
Não tenho jeito pra regatear,
Também não sei se a quero aumentar.

Porque eu não sei se me quero polir,
Também não sei se me quero limar,
Também não sei se quero fugir deste animal
Que ando a procurar.

Só eu sei que sou erva,
Erva daninha alastrar,
Joio trovisco, ameaça
Das ervas doces de enjoar.

Só eu sei que sou barro,
Dificil de se moldar,
Argila com cimento e cérebro,
Nem qualquer sabe trabalhar.

Em moldes feitos não me sei criar,
Em formas feitas podem-se quebrar,
Também não sei se me quero formar

Porque eu não se me quero polir,
Também não sei se me quero limar,
Também não se quero fugir deste animal
Que ando a procurar."

António Variações

A verdade é que, às vezes parece, que temos vergonha da nossa essência animal.. Talvez porque nos achamos demasiado superiores aos restantes animais.
Pensamos que somos inteligentes e que por isso dominamos o mundo. Mas a verdade é nem a nós mesmos conseguimos dominar, quanto mais o mundo.
Somos um animal de comportamento complexo, mas não deixamos de ser um animal.
Uma das características que nos distingue dos restantes animais é a nossa elaborada forma de comunicar.
Comunicamos. Aprendemos pela comunicação, passamos testemunho das nossas aprendizagens, registamo-las em suporte de forma a revê-las ou reouvi-las. E assim, achamos ser super especiais e super inteligentes.
Para além da comunicação, temos também, um espírito de origem diferente dos animais. Que nos confere a capacidade de amar.
Mas o nosso espírito é como o nosso corpo. Se não o alimentarmos morre.
O nosso espírito tem a vantagem de o podermos desenvolver em vários corpos, segundo as vidas que vamos tendo.
Para mim, António Variações foi um espírito que nasceu iluminado com uma vasta bagagem de conhecimentos sobre a existência humana que se recusava a desaprender aquilo que para ele já era sabido. Foi um espírito com a missão nobre de nos fazer pensar a nós portugueses sobre questões existenciais bem relevantes e de uma forma acessivel a todos.
Ao fim e ao cabo, será que devemos formar o nosso corpo e o nosso espírito?
Formar sob que padrões? Formar com que propósito?

terça-feira, março 13, 2007

Sempre Ausente

"Diz-me que solidão é essa que te põe a falar sozinho,
Diz-me que conversa estás a ter contigo?
Diz-me que desprezo é esse que não olhas pra quem quer que seja,
Ou pensas que nao existe nínguem que te veja?

Que viagem é essa que te diriges em todos os sentidos?
Andas em busca dos sonhos perdidos...

«Lá vai o maluco, lá vai o demente,
Lá vai ele a passar»
Assim te chama toda essa gente.

Mas tu estás sempre ausente
E não te conseguem alcançar.

Diz-me que loucura é essa que te veste de fantasia,
Diz-me que te liberta de vida vazia?
Diz-me que distância é essa que levas no teu olhar,
Que ânsia e que pressa que queres alcançar?

Que viagem é esse que te diriges em todos os sentidos?
Andas em busca dos sonhos perdidos...

«Lá vai o maluco, lá vai o demente,
Lá vai ele a passar»
Assim te chama toda essa gente.

Pois tu estás sempre ausente
E não te conseguem alcançar.

Mas eu estou sempre ausente
E não me conseguem alcançar..."

António Variações

Esta é talvez a letra com que mais me identifico, talvez pelos meus interesses pelo comportamento humano desviante e por psicopatologia.

Quando tendemos a fugir dos padrões sociais somos imediatamente censurados e até excluídos. É uma consequência inevitável e intrínseca ao ser humano. Isto porque nos regemos por estereotipos e preconceitos.
Mas é importante esclarecer que tudo isto tem uma razão de ser.
Estereotipos são modelos que arranjamos para organizarmos a informação no nosso cérebro. É como se tivessemos várias gavetas no nosso cérebro que equivalem a várias categorias, e quando conhecemos algo ou alguém, temos de arrumar de imediato essa informação. É uma necessidade. É uma implicância funcional do nosso organismo.
Preconceitos, como o próprio nome expõe, é uma concepção prévia que temos antes de conhecer a fundo uma situação ou uma pessoa. Mas é também uma necessidade funcional do nosso sistema.
Não gosto nada de ser teórica mas às vezes torna-se necessário recorrer à teoria para podermos compreender o funcionamento de certas situações. O que acho que é o caso.
A ignorância é sem duvida a principal causa do sofrimento.
Acabamos muitas vezes de ser vitimas e agressores de preconceitos e estereotipos, quando no fundo apenas estamos a agir segundo aquilo que sabemos.. Sabemos, neste caso, não Saber é lixado.
Se calhar o Saber sempre ocupa lugar..porque nos dá mais espaço de manobra.
Mas enfim.. Isto pra dizer que quem se rege mais por estereotipos e preconceitos é apenas ignorante.
Todos damos o nosso melhor. Todos fazemos o melhor que conseguimos. Se não fazemos mais.. é porque não sabemos como. Não temos a verdadeira consciência do certo e do errado. E isso eu não condeno jamais.
E a verdade é que muitas vezes eu estou sempre ausente..

Ode

António Variações é para mim uma personalidade que adoro pela sua atitude perante a vida e perante o mundo, e por isso decidi incluir nos próximos dias algumas das suas letras e juntar um pequeno comentário.

segunda-feira, março 12, 2007

Pra quem eu nunca vi

Neste contexto social cada vez mais individulista, sinto-me cada vez mais imbuida neste isolamento interpessoal.
A minha vida está cada vez mais impregnada de uma solidão que ao mesmo tempo me conforta.
Conforta porque neste turbilhão de emoções mal interpretadas, ou dirigidas, de intenções mal projectadas, ou desfocadas que é o mundo do relacionamento humano, cada vez mais se afasta da minha realidade. Por outro lado, não sei até que ponto quero deixar de viver estes conflitos. Pois sem estes conflitos o que é da nossa raça?
Lembrei-me de um texto que escrevi há 11 anos, quando não existiam blog's e quando o papel era o meu único suporte emocional. E resolvi colocar esse texto aqui, por se manter estranhamente actual:


Estou mais uma vez à margem do rio. Por ele outras vidas passam, mas a minha.. a minha quase não existe. Diluiu-se com a água corrente e agora faz parte do cenário de outras que buscam o mesmo fim, a mesma morte.
Sem reacção deriva pelo rio, onde tudo tem significado, onde não há mistério algum.
Deixa-me navegar em paz e não me incomodes com amizades (?). Preciso de alguém que não me queira, preciso de alguém que não existe.
Hoje um pássaro numa gaiola disse-me que não passamos de criaturas que coabitam numa gaiola gigante, cuja vantagem é o poder do isolamento no meio de uma multidão.
Sinto que cada vez mais me distancio de todos, me isolo, me torno diferente, sem qualquer estatuto, apenas diferente.
Cada vez o rio se torna mais estreito e sem hipoteses de escapa.
Criatura imbecil, diz-me que mais queres que faça para dizer que a minha alma precisa da tua? Onde andas?
Nunca mais me encontras e começo a ficar farta e ainda nem te conheci.
Porque tenho de esperar tanto? Ok. Talvez para te dar o devido valor quando te encontrar.. mas antes disso quero dizer-te que te adoro, te venero e que te vou amar até ao fim.
Fode-me a alma, cada dia que passa e não te vejo. A vida escasseia e mal posso esperar por mergulhar na tua encantadora pessoa, navegar contigo até ao fim do rio, até ao fim desta nossa linda e farta existência.
(09/10/96)

Ler isto que escrevi com os meus 18 anos, provoca-me sentimentos mistos de conforto e desassossego.. Por um lado sinto um conforto estranho, por outro, sinto algo assustador por ser tão actual.
A única diferença é que já não procuro por quem nunca vi.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Vitimas-sofredoras-de-enganos-e-lamúrias

Partindo do pressuposto que a vida é uma dimensão eterna, que fazer perante um estádio de inércia consequente desta ideia?
Será que vale a pena viver perante este constructo abstracto, desconfortante e prazeroso ou mesmo tempo?
Nesta dimensão sofredora da nossa existência, rodeados de negatividade, torna-se sem dúvida difícil conseguir um estado de equilibrio e segurança, fundamentado numa auto-estima sólida e num bem-estar frutífero..
No entanto, se é possível - digo-vos eu porque o sinto em mim - por que é que o ser humano insiste em não tentar atingir este estado de graça?
Será que é assim tão ridículo ser feliz que nem merece o esforço?
Será que ser feliz é apenas pr'os idiotas?
Ou será que nos sentimos tão fracos e vitimados que achamos não ter forças para o atingir?
Quanto a mim que aqui escrevo, este estado de plenitude não é inalcansável, pelo contrário.
Garanto eu, e quem me entende por sentir o mesmo, que a vida é estado de graça permanente tanto nos ganhos como nas perdas, tanto nos fracassos como nos sucessos.
Para quê insistir na ideia que somos umas vítimas tristes e sofridas de tudo o que é exterior a nós? Isso é a maior limitação que existe no caminho rumo à felicidade e também o maior engano. Pois somos vítimas, sim, mas de nós próprios e das nossas acções nunca, em tempo algum, somos vítimas das acções dos outros...

Tenho dito.. perdoem-me este rasgo de radicalismo.. mas estou farta de queixumes e lamúrias constantes e incoerentes.

Om Shanti***

domingo, novembro 19, 2006

balança-que-balanceia-em-ponto-de-equilibrio

Amar sem saber quem, onde, porquê, quando.
Amar sem limites, sem amarras, sem revoltas,
Amar sem raivas, sem apegos, sem dor, sem mágoas,
Amar simplesmente Amar..
Em grande força e determinação, sem duvidas, sem amargos, sem egoísmos,
Porque é mesmo este o caminho que escolho e que quero partilhar com todos os seres de luz.
Porque amar sem resposta é a garantia dessa mesma resposta.
Eu sou incansavelmente feliz..

quinta-feira, agosto 03, 2006

Pulsão-de-Consumo-que-me-Consome

Quero mais,

Quero mais, quero sempre mais.

Por querer sempre mais,
tenho em mim o orgulho vinculado ao ser quem sou.

Por querer sempre mais,
tenho conseguido superar todas as batalhas e lutas constantes e ordinárias da vida.

Por querer sempre mais,
tenho conseguido ser feliz com todas as irradiações que isso provoca em tudo e todos com que me cruzo.

Por querer sempre mais,
tenho a certeza de viver plenamente de acordo com o que desejo.

Por querer sempre mais,
deixei-te no desamparo do frio e do vento.

Por querer sempre mais,
deixei-me a mim sozinha na ingenuidade de querer mais.

Por querer sempre mais,
deixei fraca a força motriz que me impele a querer sempre mais.

Mas a minha essência continua a pedir mais, sempre mais.

Continuo a querer sempre mais.

E assim continuarei a querer sempre mais.

Porque sem querer mais não consigo ser.

Quero mais..

quarta-feira, agosto 02, 2006

Rasteiras Oníricas

Perdida pelas invasões oníricas que me assombram, sinto ainda o sabor e o toque suave da tua pele.. E deixo-me assim invadir por sentimentos salgados e recalcados, de tristeza, de dor e de amor eterno.
Saudades de ti e de mim

quinta-feira, julho 27, 2006

"The Hand That Feeds"



"The Hand That Feeds"

"You're keeping in step
In the line
Got your chin held high and you feel just fine
Cause you do
What you're told
But inside your heart it is black and it's hollow and it's cold

Just how deep do you believe?
Will you bite the hand that feeds?
Will you chew until it bleeds?
Can you get up off your knees?
Are you brave enough to see?
Do you want to change it?

What if this whole crusade's
A charade
And behind it all there's a price to be paid
For the blood
On which we dine
Justified in the name of the holy and the divine

Just how deep do you believe?
Will you bite the hand that feeds?
Will you chew until it bleeds?
Can you get up off your knees?
Are you brave enough to see?
Do you want to change it?

So naive
I keep holding on to what I want to believe
I can see
But I keep holding on and on and on and on


Will you bite the hand that feeds you?
Will you stay down on your knees?"

Nine Inch Nails




Belo-Concerto-com-Dedadas-de-Narciso-e-Toques-de-Luz

Neste concerto desconcertante

de Ser paz e ser guerra,

de Ser luz e ser breu,

de Ser branco e ser negro,

de Ser alma e ser carne,

de Ser vento e de ser lama,

de Ser amor e ser desapego,

de Ser calma e ser desassossego,

de Ser contraste e ser nulo..

faz de mim um SER em constante busca de um equilibrio perene e vazio de calor.


Mas esta busca, é pra mim, a mais gratificante experiência
que me faz AMAR cada vez mais a vida que escolhi Ter.

Que fazer?!..

Sou apenas mais uma idiota que se esforça por VIVER,
cada vez mais ciente da minha autenticidade e dos meus papeis AQUI.

"Come Back"

If I keep holding out,... will the light shine through?
Under this broken roof,... it's only rain that I feel
I've been wishing out the days,... come back

I have been planning out,... all that I'd say to you
Since you slipped away,... know that I still remain true
I've been wishing out the days,...

Please say, that if you hadn't of gone now
I wouldn't have lost you another way
From wherever you are,... come back

And these days, they linger on
And in the night, as I'm waiting on
The real possibility I may meet you in my dream
I go to sleep

If I don't fall apart,.... will the memories stay clear?
So you had to go,..... and I had to remain here

But the strangest thing to date
So far away
And yet you feel so close
And I'm not gonna question it any other way

There must be an open door
For you to
Come back

And the days, they linger on
And every night, what I'm waiting for
Is the real possibility I may meet you in my dream

And sometimes you're there
And you're talking back to me
Come the morning I could swear you're next to me

And it's okay.

It's okay.
It's okay.

I'll be here
Come back
Come back

I'll be here
Come back
Come back

I'll be here
Come back
Come back


Pearl Jam

terça-feira, julho 25, 2006

terça-feira, julho 04, 2006

Homem Novo


O nascimento do homem novo transborda pelo tempo dos dias que correm.. Fruto da sua busca incessantemente pela liberdade do ser.
É preciso que este novo mutante renasça das cinzas como fenix livre, renovada de amor e desprovida de apego e sofrimento..

terça-feira, maio 16, 2006

Rasgos de Paz


Como explicar um estado de alma de plena felicidade e desprendimento de sofrimentos e mágoas?...

De equilíbrio e leveza, contentamento e de uma euforia serena e confortante?...

As algemas quebraram-se finalmente… Agora só o presente e o futuro importam.

Apenas um leve quadro de cores sublimes resta do que lá vai. Apenas um traço dinâmico e marcado na areia de uma praia imensa.

Peco talvez, pela incoerência de escrever sem ter em mim paixão ou tristeza que me oprima ou me embale.

Mas sem dúvida ganho a pureza das sensações provocadas pela absorção limpa da realidade que me rodeia.

E apetece abrir um sorriso brilhante carregado de amor e de paz…

E apetece brindar ao Sol e ao mundo pela paz que em mim habita…

E apetece partilhar este complexo, tão simples, de bem-estar típico de uma criança…

E apetece amar sem condições, sem requisitos, sem lutas e sem desassossegos…

Sabe bem (bem) viver!

quinta-feira, maio 04, 2006

Impaciência e desassossego

O tempo nao existe.. É apenas mais uma das ilusões a que estamos condicionados.. Logo se o tempo nao existe, de que vale a impaciência?..

segunda-feira, abril 10, 2006

Pela paz e pelo fim das instituções religiosas


1. Oração Hindu pela Paz

Ó Deus, leva-nos do irreal para o real. Ó Deus, leva-nos da escuridão para a luz. Ó Deus, leva-nos da morte para a imortalidade.
Shanti, Shanti, Shanti a todos. Ó Senhor, Deus Todo Poderoso, que haja paz nas regiões celestiais. Que haja paz sobre a Terra. Que as águas sejam apacentadoras. Que as ervas sejam nutritivas, e que as árvores e plantas tragam paz a todos. Que todos os seres benéficos tragam-nos a paz. Que a Lei dos Vedas propague a paz por todo o mundo. Que todas as coisas sejam fonte de paz para nós. E que a Vossa paz possa trazer a paz a todos, e a mim também.



2. Oração Budista pela Paz

Que todos os seres, de todos os lugares, afligidos por sofrimentos do corpo e da mente sejam logo libertados de suas enfermidades. Que os temerosos deixem de ter medo e os agrilhoados sejam libertos. Que o impotente encontre força, e que os povos desejem a amizade uns dos outros. Que aqueles que se encontram no ermo sem caminhos e amedrontados - as crianças, os velhos e os desprotegidos – sejam guiados por entes celestiais benéficos, e que rapidamente atinjam a condição de Buda.



3. Oração Jainista pela Paz

A Paz e o Amor Universal são a essência do Evangelho pregado por todos os Seres Iluminados. O Senhor disse que a equanimidade é o Dharma. Perdôo a todas as criaturas e que todas as criaturas me perdoem. Por todos tenho amizade e por nenhuma criatura inimizade. Saiba que a violência é a causa raiz de todas as misérias do mundo. A violência é de fato o nó que aprisiona. “Não ofenda nenhum ser vivo”. Este é o caminho eterno, perene e inalterável da vida espiritual. Por mais poderosa que seja uma arma, ela sempre pode ser sobrepujada por outra; mas nenhuma arma pode ser superior à não-violência e ao amor.



4. Oração Maometana pela Paz

Em nome de Allah, o benéfico, o misericordioso. Graças ao Senhor do Universo que nos criou e distribuiu em tribos e nações. Que possamos nos conhecer, sem nos desprezarmos uns aos outros. Se o inimigo se inclina para a paz, incline-se você também para a paz, e confia em Deus, pois o Senhor é aquele que ouve e conhece todas as coisas. E entre os servos de Deus, Cheios de Graça são aqueles que andam sobre a Terra em humildade, e quando nos dirigimos a eles dizemos “PAZ”.



5. Oração Sikh pela Paz

“Deus nos julga segundo nossas ações, não de acordo com o traje que nos cobre: a verdade está acima de tudo, mas ainda mais alto está o viver em verdade. Saibam que atingimos a Deus quando amamos, e a única vitória que perdura é aquela que não deixa nenhum derrotado.”



6. Oração Bahai’ pela Paz

Seja generoso na prosperidade e grato na adversidade. Seja justo ao julgar e comedido ao falar. Seja uma luz para aqueles que caminham na escuridão, e um lar para o forasteiro. Seja os olhos para o cego e um guia para os errantes. Seja um sopro de vida para o corpo da humanidade, orvalho para o solo do coração dos homens, e seja a fruta da árvore da humildade.



7. Oração Shintoísta pela Paz

Embora as pessoas que vivem do outro lado do oceano que nos rodeia, eu creio, sejam todas nossos irmãos e irmãs, porque há sempre tribulação neste mundo? Porque os ventos e as ondas se levantam no oceano que nos circunda? Desejo de todo coração que o vento logo leve embora todas as nuvens que pairam sobre os picos das montanhas.



8. Oração dos Nativos Africanos pela Paz

Deus Todo Poderoso, Grande Polegar que ata todos os nós, Trovão que ruge e parte as grandes árvores; Senhor que tudo vê lá de cima, que vê até as pegadas do antílope nas rochas aqui na Terra, Vós sois aquele que não hesita em responder a nosso chamado. Vós sois a pedra angular da Paz.



9. Oração dos Nativos Americanos pela Paz

Ó Grande Espírito de nossos Ancestrais, elevo meu cachimbo a Ti. Aos teus mensageiros, os quatro ventos, e à Mãe Terra, que alimenta seus filhos. Dê-nos a sabedoria para ensinar nossos filhos a amarem, respeitarem e serem gentis uns com os outros, para que possam crescer com idéias de paz. Que possamos aprender a partilhar as coisas boas que nos ofereces aqui na Terra.



10. Oração Parse pela Paz

Oramos a Deus para erradicar toda a miséria do mundo: que a compreensão triunfe sobre a ignorância, que a generosidade triunfe sobre a indiferença, que a confiança triunfe sobre o desprezo, e que a verdade triunfe sobre a falsidade.



11. Oração Judaica pela Paz

Vamos subir a montanha do Senhor, para que possamos trilhar os caminhos do Mais Alto. Vamos forjar arados de nossas espadas, e ganchos de poda com nossas lanças. Uma nação não levantará a espada contra outra nação – nem aprenderão a guerra novamente. E ninguém mais sentirá medo, pois isto falou o Senhor das Hostes.



12. Oração Cristã pela Paz

Benditos são os que fazem a paz, pois eles serão chamados Filhos de Deus. Pois eu lhes digo: ouçam e amem os seus inimigos, façam o bem aos que te odeiam, abençoem aqueles que te maldizem, orem pelos que te humilham. Aos que lhes batem no rosto, ofereçam a outra face, e aos que lhes tiram as vestes, ofereçam também a capa. Dêem aos que pedem, e aos que tomam seus bens, não os peça de volta. E façam aos outros aquilo que quiserem que os outros façam a vocês.

segunda-feira, abril 03, 2006

Filhos da Humanidade


Filhos do despropósito.
Filhos de quem não ama.
Filhos de quem não foi amado.
Filhos meus, filhos teus, filhos de toda a humanidade.
Como é possivel não amar quem tanto ama a vida?..
Como é possivel não chorar por quem tanto chora?..
Como é possivel esta realidade continuar bem debaixo da nossa responsabilidade acobardada?..
Todos os filhos deviam poder conhecer o amor.
Todos os filhos deviam poder ser amados.
Todos os filhos deviam poder sentir a vontade de voar mais alto e abraçar o mundo.
Todos os filhos deviam poder dormir e sonhar com paisagens brancas, cheias de luz, de calor e de riachos de água doce.
A humanidade insiste em sonhar com paisagens cinzentas, sangrentas, sem cor, sem calor, sem amor..
E os Filhos da Humanidade permanecem sós.
Precisamos mudar, porque assim não faz sentido, ou faz?

Quando nos vamos amar uns aos outros?

Vamos amar os Filhos da Humanidade?

sábado, março 25, 2006


Pois.. Acho que isto explica muita coisa.. lol

quarta-feira, março 22, 2006



"Não se trata de mim. Eu não sou senão aquele que transporta. Não se trata de ti. Tu és apenas o caminho que leva aos prados, ao amanhecer. Não se trata de nós. Nós somos juntos, passagem para Deus, que nos toma emprestada a nossa geração, por um instante, e dela se serve".

Antoine de Saint Exupéry

terça-feira, março 14, 2006

O Sonho

Nesta realidade em que vivemos, nesta dimensão a que pertencemos resta-nos sonhar.. E assim construir, pacientemente, a nossa verdade, a nossa paz, o nosso caminho, a nossa vontade, as nossas certezas de viver na plenitude de desejos, que nao sao mais que meros extractos de silêncio inquieto da nossa alma.

O sonho.. Reflexo simbolico de emoções, de sentimentos latentes na nossa alma, e a nossa alma inquieta, impregnada de uma permanente sensação de insatisfação que nos alimenta os dias, parece nunca ter descanso, parece nunca desistir de alcançar algo que passamos o tempo a tentar descobrir o que é.
Por conseguinte, são os sentimentos e as emoçoes que nos movem. São eles a base da construção imperfeita e linda da nossa realidade.

O sonho é o que nos move, o sonho é o que nos determina, o sonho é o que nos constroi e nos liberta desta sina.

quinta-feira, novembro 17, 2005

SMC

E o sol foi.. apesar de relutante na firmeza de um ultimo grito de chamar a atenção. No entanto foi.. Pois, como é possivel viver eternamente no desalento de amar sem resposta?.. Ele partiu.
Tatooed my world to black

sábado, julho 30, 2005

Sentido da vida?..

Talvez o sentido da vida nao seja assim tao dificil de explicar. Talvez o que nos move nao seja assim tao complicado como, por vezes, tendemos a pensar. O sentido da vida nao é nada bonito ou romantico.
Primeiro temos vida, e se temos vida é porque somos e fazemos parte do mundo dos seres vivos, mais concretamente dos animais. Como todo e qualquer ser vivo, temos necessidades intrinsecas à nossa sobrevivência. Por isso, torna-se ridiculo porque as vezes tendemos a complicar tanto a nossa vida, como a nossa forma de estar, de ser e de pensar. De nada nos vale tal exercicio.
Se por um lado queremos sempre mais, isto é, vivemos com a permanente sensação de insatisfação, tal como se fosse vital consumir cada vez mais. Ridiculo do ridiculo é dispendermos demasiado tempo com esta necessidade de consumo.
É preciso tomarmos consciencia que esta tendência inata à nossa espécie é nociva à nossa vivência.
Segundo, somos seres que necessitamos viver em comunidades poque somos demasiado fracos e vuneraveis pra vivermos sozinhos. Temos esta necessidade que é talvez a mais dificil de satisfazer e aquela que se apresenta mais limitativa a castradora.
Nesta condição humana, nao é facil saber qual o melhor caminho. Saber qual a melhor forma de viver e quais as escolhas mais favoraveis. Mas contudo, sem encontrar solução para acabar com este sofrimento inerente à nossa condição, há caminhos que se apresentam mais eficazes à nossa vivência humana.

Se traçarmos uma linha e se a dividirmos várias vezes, entre cada espaço uma vida, cada vida uma tentativa e em cada tentativa um erro, um karma, várias escolhas, vários obstaculos, várias vitórias.
E se dividirmos cada vida de igual forma, entre cada espaço uma escolha, uma tentativa, em cada tentativa um fracasso, ou um sucesso. Em cada fracasso ou sucesso uma aprendizagem, em cada apredizagem um valor e o traçar de um novo objectivo latente num sonho impossivel de realizar...

sexta-feira, julho 29, 2005

Prazer de viver

Viver é experimentar uma infinidade de sensações que nos levam ao sucesso ou ao fracasso.
A beleza de viver está nesta oscilação permanente entre o certo e o errado, entre o bem e o mal.
O prazer de viver está em conseguir o equilíbrio, a harmonia, entre estas duas dimensões intrínsecas à nossa condição humana.

quinta-feira, julho 17, 1997

Êxtase

Um dia, no tal planeta das criaturas estranhas, o sol brilhou mais forte, a lua enlouqueceu, abriram-se fendas colossais na terra e delas brotaram vulcões, o mar enfureceu e tornou-se revolto, o céu ficou vermelho e o ar desapareceu.
Foi um espectáculo sem igual, onde a natureza tomou conta do uno.
Foi nesse dia que compreendi a verdade da vida. Foi nesse dia que tudo ficou mais claro e limpo. Foi um dia de verdade, paixão, onde o sobrenatural e o amor representaram esta encenação como principais protagonistas.
Nesse dia a vida ficou mais bela, o que era impossível.
A minha alma vinculou-se a outra e com ela navegará até ao fim do mundo, até que a terra exploda, a matéria se desintegre e o infinito se canse de existir.
A ti pertenço, minha alma linda e pura. Adoro a tua existência e nela fundamento a minha existência. Não sou sem que sejas e viverei até que queiras viver. Escuta a minha prece de que querer dentro de mim.

quarta-feira, julho 09, 1997

No Planeta das limitações

Isto não era, realmente necessário. Cá estou eu mais uma vez no planeta das ilusões e desilusões, onde tudo vive e tudo morre, tudo mexe e tudo pára. Onde reina a desordem e a violência. Enfim, neste sítio tão agradável e simpático para viver.
Tenho saudades de casa, mas que fazer? Ainda tenho de esperar até apanhar o voo de volta pra casa.
Aqui, não se está muito mal, mas as pessoas são estranhas, ou sou eu que sou estranha, não sei. Talvez sim. Talvez seja isso, afinal eu é que não pertenço aqui. Tenho que admitir que não caí aqui sem propósito, e por isso tenho que o levar até ao fim, até ao último passo desta viagem. Mas de qualquer forma não tenho a vida minimamente facilitada, isso é certo.

quinta-feira, maio 15, 1997

O pensamento

Na vida há limitações que a tornam muito difícil, limitações que impedem um indivíduo de atingir a felicidade suprema. Daí a certeza que essa "felicidade" é um estado de espírito impossível de conseguir, aqui neste sítio tão mesquinho. Mesquinho pelo património que nos foi legado pelos primeiros. Mas porque é que esses idiotas não podiam ser mais inteligentes?! Seria tudo bem mais fácil. À custa disso, ainda hoje se passa uma vida inteira a tentar sobreviver, desprezando o mais belo e importante sentido da existência humana: o pensamento. Ora, a felicidade é impossível de atingir sem o uso desta nossa ilustre faculdade. Daí a frustração da nossa espécie. Não podia terminar sem dizer o fundamental: Merda!

sábado, março 22, 1997

Num momento de fraca personalidade

Como posso eu ser totalmente feliz se a cada passo que dou nesta vida, tenho que tropeçar e escorregar na merda e depois cair. Agora eu pergunto: quando vão estas quedas acabar, quando vai a minha morte chegar? Estou farta de cair e ter que me levantar sem lágrimas, esquecer a dor e continuar com um sorriso nos lábios, na esperança de não mais cair.
A merda está a entranhar-se no meu ser, e por muito que não queira começo a sentir-lhe o cheiro, o cheiro do desespero, da insatisfação, do desânimo, da angústia, da dor.
Se viver é isto, é-me inevitável dizer que quero morrer. Senão tenho motivos para me sentir triste porque é que esta sensação me assombra e me persegue?..
A vida é realmente, uma grande farsa, um emaranhado de desilusões e pesadelos que parecem não ter fim.
E no meio disto tudo, como vos amo meu Deus e meu pai, pois apesar de tudo isto, a vida podia ser bem pior, não é?...

quinta-feira, outubro 24, 1996

Equilíbrio

Eis a chave para uma vivência feliz. Eis o objectivo de qualquer um mesmo inconscientemente.

sexta-feira, outubro 18, 1996

Tiro ao alvo

Preciso de um alvo. Quem será que vai cair nas minhas macabras garras?
Eu sei, eu sei que isto é estranho, nunca fui muito a favor destes processos, mas a verdade é que estou a precisar de um pouco de ritmo na minha vida. Tenho que me mexer!
Às vezes é preciso esquecer um pouco os nossos tradicionais objectivos e atirarmo-nos de cabeça, abstrairmo-nos do que sempre achamos correcto e confiar no "acaso", pois este pode ser um grande e agradável amigo,.
Só espero não errar, para variar. Por isso peço ao tempo e à loucura para que me dêem um empurrão, uma mãozinha caridosa nesta minha paranóia.

sexta-feira, outubro 11, 1996

As nossas escolhas

Na vida há várias hipóteses a seguir, mas apenas distingo duas, o caminho certo e o errado. Resta saber qual é qual e escolher.
Ao longo desta minha curta e estranha existência já percorri os dois e penso, finalmente, saber qual é qual. No entanto, às vezes é difícil distingui-los. São bem diferentes, mas a verdade é que caminham de mãos dadas por estranho que pareça..
...e foi assim:
Um dia o espaço fodeu a terra e daí resultaram criaturas bizarras, autênticos abortos, frutos de uma relação momentânea e eterna, frutos da criação do infinito. Como tal, devemos navegar no espaço, ser enterrados na terra para podermos alcançar o infinito.. Será? :|

[Muita teoria arranjava eu nesta altura para justificar a existência :P]

quinta-feira, outubro 10, 1996

Eu

Replente inodoro de estranhos; duradoiro e eficaz; contra pobres de espírito e mentes materialmente mediocres e ocas; ser pensante e estranho, incompreensível e feliz; promiscuo representante de raça em vias de extinção.

Força da gravidade

O ser humano não pode mesmo negar a sua origem. Andamos sempre com os pés em cima da nossa mãe, e por muito alto que consigamos ir e saltar, acabamos sempre por vir parar à terra. Estranho efeito este, o da gravidade...
Tão grande é esta relação, que se a quisermos abandonar e saltar bem alto, ela castiga-nos nessa queda mortal.
Só espero acabar com esta relação o mais depressa possível. Quero morrer e voar, para o resto da minha traiçoeira existência, só não entendo porque nunca mais vou. Por isso peço-te a ti, terra mãe que te suprimas, te encurtes e me mostres quem espero. Vá lá, não sejas tão sádica pra mim. Ajuda-me nesta minha busca incessante em direcção ao nada, a convergir para o infinito.
Sinto-me cada vez mais pegada a ti aos teus, é inevitável. Perdoa-me esta falta de amor, mas sei que me compreendes melhor que ninguém.

terça-feira, outubro 08, 1996

Nirvana

Pois é, nada muda em cada dia que passa, ou muda?
Neste meio, perdemos a nossa vida assim, sem nada útil para fazer, e valerá a pena?
A vida.... A vida, mas afinal o que é isso? Talvez um curto espaço de tempo, em que não há espaço para pensar mas apenas para agir.
A vida é uma questão de sorte em que só os mais fortes resistem a tantos obstáculos.
Continuo a achar que devíamos ter um "guia de vida", assim que nascêssemos, para sabermos os caminhos a seguir, pois assim andamos, constantemente, à deriva, a passear pelo nada, a voar até ao infinito.
E até agora não há perspectivas de Nirvana. Quando vai este sofrimento acabar? Espero que em breve atinja este meu tão esperado Nirvana. Mas sei que, para isso, preciso de achar "aquele que nunca vi".

quinta-feira, outubro 03, 1996

Pó da terra e orvalho da manhã

Perguntam-me porque é que escrevo. Mas não sei responder, mas na verdade, não sei porquê. Será que a nossa macabra e complexa inteligência nos dá para termos estas taras sem as conseguirmos justificar?
Mas suspeito que seja porque não tenho ninguem a quem contar o que escrevo. Falta-me alguém que não existe, alguém criado do pó da terra e do orvalho da manhã, alguém que desejo conhecer, sem, no entanto nunca ter visto.
Será que procuro alguém que na realidade não existe e nunca foi criado? Duvido que alguém me possa responder. Mas será que esta esperança um dia vai acabar, me vai abandonar, desprezar, esquecer, evaporar?
Na verdade não sei porque a sinto dentro de mim. Não sei de onde veio, nem para quê. Só sei que não quero que se vá embora, pois eu preciso mesmo achar esse alguém que não existe.

segunda-feira, setembro 30, 1996

Solidão Graciosa

Estou sozinha, mas a culpa é minha. Quem manda a mim ser diferente?
Isolar-me no meio de uma multidão e pensar de forma diferente?
Mas sou feliz, incompleta mas sobretudo feliz. A vida sorri-me e eu.. bem eu rio-me pra ela e dela.
Chega de materialismos se o que faz de nós diferentes é a nossa anima o nosso espírito, o nosso karma.
A vida é realmente uma surpresa até ao último centésimo, à última grama, ao último milímetro, até ao fim.
Compete-nos a nós devendarmos este labirinto, este puzzle, este quebra-cabeças, esta merda.. Descobrirmos o significado das coincidências e acontecimentos aparentemente sem nexo e sermos superiores ao nos sentirmos inferiores.

sábado, setembro 21, 1996

Estados de Retórica

Será que o rio azul se tornou roxo? Só mesmo o tempo o dirá.
Porque é que este optimismo me impede de morrer, e me faz continuar a respirar este ar impuro?
Será que voltei atrás no rio e vou navegar mais uma vez o mesmo espaço, com a mesma vida e com o mesmo fim?
Porque é que a vida me continua a sorrir se não há ninguém real, com graça nesta vida que adoptei e insisto em não partilhar com ninguém?
Será que vou chegar a algum lado assim?
Porque é que me sinto tão feliz, se no fundo sou tão sozinha?
Serei assim tão ignorante ao ponto de pensar que sou feliz sem, no entanto, o ser?
Gostava que alguém me respondesse, mas não tenho ninguém a quem perguntar.
Não quero que me perturbem com amizades, se na verdade é impossível ser-se amigo de alguém que não faz por isso.
Tenho mesmo a ousadia de perguntar: serei desajustada?
Serei eu apenas mais uma criatura que faz parte do cenário da vida de outra?
Será que esse alguém não existe?
Será que a vida afinal não tem propósito algum?
Gostava mesmo que existisse alguém capaz de me responder. Porque só o facto de esse alguém existir, seria a resposta para todas estas perguntas.

domingo, junho 02, 1996

O rio está azul

E na minha vida o rio está finalmente a ficar azul e espero que assim continue, até que a morte resolva finalmente fazer uma visita.
O rio está azul e o céu cor de infinito, a vida cor de nada e o amor cor de um sono profundo. A morte está verde, sempre tão simpática e fiel, até que um dia comece a gostar demasiado de mim, se apaixone e me leve consigo para o infinito.
Em toda a minha existência fiz, faço e farei tudo pra agradar à morte e não à vida. Pois vidas já tive mais que mortes, pelo menos mais uma, e espero não vir a ter mais nenhuma vida mas somente uma longa e infinita morte.
Estou farta de errar, farta de não ir pelo caminho certo, espero desta vez, nesta vida, não errar na formação do meu espírito, espero não vir a ser, novamente castigada pela vida e espero que a morte esteja para me defender, como minha advogada.
Aí sim, o rio será totalmente azul e a vida afogar-se-á nele, com a morte e o tempo a rirem-se como loucos.
Aí quero estar para assistir ao desfecho da minha existência neste planeta que foi ocupado pelas distracções dele.
Espero que este dia não tarde e espero nunca mudar o pensamento, espero que esta segurança me persiga e este tempo não me impeça de falar, de ser, não me impeça de morrer para não mais viver.
Espero anda participar no piquenique organizado ela morte, pelo prazer, pela merda e pelo tempo, em que a vida não seja jamais uma convidada, mas apenas o "Bobo da corte".
Espero morrer como nasci, e já é pedir muito.
Espero, espero, espero...
E continuo a esperar até que o tempo deixe de ser generoso comigo e me entregue finalmente nos braços da morte.
Nesse piquenique vou apanhar uma bebedeira como nunca antes, até que entre em coma e assim permaneça no infinito, para não ter de me lembrar (como num lapso de memória) das vidas que tive e das vezes que errei e falhei.
Até esse dia, começo já por agradecer ao criador e às suas distracções, que me criaram e me mantiveram aqui neste planeta.
Assim, totalmente farta deste excesso de tempo, passo mais um metro deste rio que fica para trás, sem qualquer lembrança ou memória feliz. Não triste, porque nunca o fui, apenas frustrada, mas só um pouco.
Aprender com os erros para não voltar a errar, no entanto esquecê-los, porque de nada servem senão para morrer de arrependimento, que afinal é possível, ao contrário do que se pensa por aí.
E é olhando para o céu cor de infinito, que aqui registo um estado de espírito que espero não voltar a ter, pela sua insignificância, anti-didatismo e falta de bom-senso de metade da humanidade para com a outra metade, mais indefesa mas mais inteligente que são os estudantes.

quarta-feira, maio 22, 1996

No pântano

E o rio deixou de o ser, e passou a ser um pântano. A vida afogou-se no desespero, depois de ter pedido, sem qualquer resposta, ajuda ao tempo que por ali andava nas margens e que se riu como um louco ao vê-la afogar-se.
Talvez porque esta não quis um dia ir pra cama com ele.
E assim acabou a história da vida.
E assim lá continuou o tempo a escarrar pró ar e a dizer mal de toda a gente que passava.

sábado, maio 18, 1996

O tempo não existe

O tempo passa...
As hipóteses esgotam-se. E porquê? Porque é que vejo defeitos em toda a gente que passa? Porque é que não vejo nenhum ser perfeito, se no fundo todos o devíamos ser?
O tempo passa...
E as crianças aguardam um futuro com o mesmo fim.
O tempo passa...
Não há amor. Não há paz. Não há esperança. Apenas este tempo... que passa e passa e nos ameaça com o seu fim.
As hipóteses esgotam-se e o tempo escasseia.
As perspectivas são zero e esta vida de merda continua com o tempo a passar, a fugir sem volta...
E aqui estou eu a ocupar o meu tempo com as coisas mais banais e fúteis, quando há tanto por fazer no mundo.
E o tempo passa...
E o tempo é ridículo!
E o tempo não existe!
É apenas uma mera condição de vida, sem a qual, a vida não tem sentido, e com a qual, pouco sentido tem.
E o tempo rarefica-se pela estrada da vida.
Merda de vida! Vida de merda! Que pareces não ter fim, mas que no fundo, tens um fim tão próximo.
Responde-me se és capaz, para quê este tempo? Para quê esta vida? Eu desisto!
E continuo a viver a minha vida com o meu tempo: magníficos excrementos do magnífico sentimento "Amor"!...

quarta-feira, maio 15, 1996

Uma história qualquer II...

Mas foi num lindo dia de sol que o tempo descobriu que sentia mais do que um simples desejo sexual pela vida, e que na verdade a amava e a queria como esposa. E quando, nesse dia de sol, foi ter com a vida esta encontrava-se na cama com a morte que, sugando o seu tutano a fazia subir ao céu.
E foi aí que o tempo percebeu que não era apenas a vida que ele queria, mas também a morte.
E foi nesse lindo dia de sol que os três juraram laços eternos e existiram felizes para sempre.

Uma história qualquer...

Lindo dia de sol este em que a vida e o tempo pararam para se cumprimentarem, aqui no planeta onde nada e tudo acontece. Onde tudo anda e tudo pára. Onde as mães amamentam e matam os filhos. Onde o homem mata e ama. Onde os cães comem merda por prazer e não por fome.
Lindo dia de sol este... E a conversa não foi longa, demorou apenas alguns séculos. Até que o tempo conseguiu finalmente foder a vida, e esta, contente e feliz, deu-se quem a quis por amar-odiar tanto o tempo que nunca mais a cumprimentou desde então.

sábado, maio 11, 1996

A Festa II

E devido à ressaca do dia anterior, a vida, a morte, o prazer, a tristeza, o tempo, a droga, a merda e o amor não puderam estar presentes na festa da caridade organizada pela misericórdia e pela esperança, sempre tão cândidas e puras, sempre tão ingénuas e pudicas. É claro que nunca haviam participado nas festas do tempo, onde reinavam a droga e o prazer, criaturas que elas não suportavam e que tinham convidado apenas por hipocrisia.
Esta festa foi um eterno fiasco, sem a presença da vida e do amor e de todos os outros.
E passadas horas ainda estava tudo às moscas, moscas estas que foram o seu almoço, grelhadas com molho de manteiga e limão, acompanhadas por um belo e requintado vinho verde que a droga tinha deixado no sítio no dia anterior.
E assim, subiu a noite tirando lugar ao dia, e este vingando-se tirou-lhe o lugar passadas umas horas, fazendo assim amanhecer mais um dia.

sexta-feira, maio 10, 1996

A Festa

E o amor que já coube num oceano, cabe agora numa mosca. Uma mosca que esvoaça e atazana a humanidade, poisando em toda a merda que encontra pelo caminho e regalando-se e alambozando-se com todos os excrementos existentes.
E a mosca nunca será azul, nem nunca poderá alugar uma canoa no rio da vida. Porque a mosca e apenas um ornamento na natureza. E a mosca vive sem saber porquê e anseia pela sua morte sem, no entanto, nunca o ter sentido, ou sente? Mistério? Não, claro que não. Já dizia o Fernando P. que "maior mistério é haver quem pense no mistério".
No entanto, a mosca é detentora de todo o meu amor. Nela está presente o mais ansiado sentimento. Criatura imbecil... que comes merda por prazer, no entanto não deixas de ser uma criatura, pois o criador tinha de criar algo que comesse a merda da humanidade, provavelmente nunca pensou é que essa mosca pudesse armazenar o amor duma criatura como eu.
Não, não estou a dizer que o amor é uma merda, ele apenas se encontra perto desta, chafurdando nela e ouvindo-a dizer indecências, lambendo os seus escarros e comendo o manjar dos deuses que é o seu vomitado, vomitado este, que ela expele devido à sua sistemática piela.
E foi assim que o amor ao conhecer a merda a convidou para aquelas festas organizadas pelo tempo, que tinham sempre convidados tão ilustres, como a vida, a morte, o prazer e a tristeza, entre tantos outros.
E na primeira festa em que esta se encontrou presente, aborreceu-se. Pois não sabia dançar, escorregava sempre nas suas saias fedorentas e podres. Até que chegou a sua "ex", a droga, que desde que se tinha metido com o prazer, nunca mais lhe tinha ligado nenhuma. Pois o que aconteceu foi que o prazer ao ver a merda a fazer a corte à sua amante predilecta, desde que o amor o tinha deixado desgostoso, infeliz e inconsolável, armou um escândalo e só com a ajuda da morte conseguiram separá-lo da merda.
É claro que o tempo, que era o dono da casa, não ficou lá muito satisfeito, mas como todas as festas acabavam numa extrema confusão, depressa esqueceu o facto.
E foi assim que amanheceu mais um dia...

quinta-feira, maio 02, 1996

Excesso de Tempo

E o rio corre, corre...
Um dia há-de chegar ao mar
E quando chegar, espero que chegue azul.

E a vida passa, passa...
Um dia há-de passar de vez,
E qundo passar, espero que chegue ao céu.

E o rio é azul, azul de infinito,
Cheio de graciosidade e leveza,
Cheio de morte e de memória.
Uma memória que persiste e incomoda.
Uma morte respeitosa e fiel.

E o rio é apenas uma condição.
É apenas um caminho,
Um caminho da criação à criação
Só espero que chegue como partiu.
E quando chegar será a liberdade absoluta.

E o rio corre e a vida passa...
O tempo acaba e a vida ressurge.
E repete-se tudo de novo até que o tempo se canse,
E castigue a vida pela sua persistência irredutível.

E o rio corre em direcção ao nada, ao infinito.
E a vida navega pelo rio e deixa-se levar pela corrente,
Temendo as quedas de água (não vá a vida ter um inesperado encontro com a morte).
Embora pudesse até ser agradável à humanidade, num pequeno piquenique, vida e morte reunidas, como amigas de longa data.
E o tempo, esse veio depois, irónico como sempre, cínico e velhaco, escarrando pró chão e dizendo mal de toda a gente que passava, de quem ele conhece os mais intimos segredos.
Mas qual não foi o seu espanto, quando encontrou a vida e a morte como duas amantes. E excitadíssimo com a situação, quis juntar-se a elas. É claro que estas não gostaram nada desta visita, daquela horrível e fedorenta criatura, pela qual nutriam um ódio omnipresente. Sim, o tempo é o pior inimigo da vida e da morte, pois é o único que lhes limita os horizontes.
No entanto, eu falo por mim, e o tempo é o meu melhor amigo, sempre me foi fiel e generoso.
Mas elas correram logo com ele a pontapé, e o infeliz, rindo como um louco, lá foi cumprir mais umas horas da sua missão : atazanar o pessoal circundante.
Pois eu amo a vida, amo a morte, amo o tempo, amo porque me apetece! E ninguém tem nada com isso.

quarta-feira, abril 24, 1996

A fuga

Foi num dia de tempestade, que o criador se esqueceu de tapar a caixa das realidades concretas e das realidades sobrenaturais que elas se espalharam com o vento pelo universo. Fazendo o que lhes dava na gana, esquecendo-se da educação que lhes fora dada por ele.
Existiam sobre a lei da decadência e do ócio. Não respeitavam nada nem sequer a eles próprios.
E quando ele se apercebeu, era tarde demais, pois elas tinham ocupado um planeta e criado criaturas estranhas, bizarras e pouco inteligentes, e tinham-nas influenciado, desmedidamente e desequilibradamente.
Essas criaturas eram no geral infelizes, pois a Felicidade foi sempre muito semítica, mas havia quem fosse feliz, não porque a felicidade tivesse sido generosa mas porque a Loucura andava por perto.
Então a Natureza criou um espaço habitável e o Tempo deu um pouco de si a esse espaço. Depois chegou a vida que se deu a essas criaturas e mais tarde chegou a Morte, que não sabia ainda bem o seu papel mas que, no entanto, o executava na perfeição.
Mais tarde chegaram o Prazer, a Alegria, a Droga, o Amor, a Tristeza, a Inteligência, a Astúcia, a Burrice e o Pessimismo. E espalharam-se, como já disse, pela multidão de criaturas, prendando-as com um pouco dos seus caracteres e personalidades.
Então o criador, ao ver isto, tentou remediar a situação, fazendo ver a essas criaturas que ele é que era o criador delas e de todo o universo. E tudo o que elas tinham de fazer em troca da sua existência era alcançar um estado de espírito superior, para puderem sair daquele mundo cheio de equívocos e receberem uma recompensa num mundo bem longe dali, criado, desta vez, por ele.
E enquanto, vida após vida, morte após morte, as tais criaturas estranhas lutavam para saírem daquele mundo, todas as realidades foram para um planeta escolhido pelo criador, que as castigou e as prendeu, e de onde nunca mais saíram.

sexta-feira, novembro 18, 1994

Conclusões de bolso

Posso concluir que :

A vida é um dom, viver é existir.
O amor é eterno, amar é viver.
O amor está no coração, a vida no espírito.

O sorriso é um gesto, sorrir é alegria.
O pensamento é um acto, pensar é compreender.
O sorriso está no rosto, o pensamento na alma.

A tristeza é ignorância, ser triste é não saber.
A morte é um enigma, morrer é aceitar.
A tristeza está nas trevas, a morte no caminho.

A crença é necessidade, acreditar é ter fé.
A fé é amor, ter fé é ter paz.
A crença está no espírito, a fé na chama.

A paz é liberdade, ser pacífico é entender.
A liberdade é universal, ser livre é amar.
A paz está no mundo, a liberdade na flor.

Mas não.. Não é nada disto!
Para quê mentir se no fundo:

A vida não é um dom, é sofrimento!
Viver não é existir, é aceitar!
O amor não é eterno, é carnal!
Amar não é viver, é possuir!
O amor não está no coração está no corpo!
A vida não está no espírito, está no bater do coração!

O sorriso não é um gesto, é uma farsa!
Sorrir não é alegria, é gozo!
O pensamento não é um acto é uma utopia!
Pensar não é compreender, é confundir!
O sorriso não está no rosto, está na carcaça da alma!
O pensamento não está na alma, está na máquina!

A tristeza não é ignorância, é a vida!
Ser triste não é não saber, é viver!
A morte não é um enigma, é um fado!
Morrer não é aceitar, é viver!
A tristeza não está nas trevas, está na alma!
A morte não está no caminho, está perto!

A crença não é necessidade, é desculpa!
Acreditar não é ter fé, é tocar!
A fé não é amor, é fuga!
Ter fé não é ter paz, é tentar!
A crença não está no espírito, está na ambição!
A fé não está na chama, está no céu!

A paz não é liberdade é descanso!
Ser pacífico não é entender, é ser burro!
A liberdade não é universal, está à venda!
Ser livre não é amar, é ser rebelde!
A paz não está no mundo, está longe no nosso alcance!
A liberdade não está na flor, está no FINAL!
A leveza de Ser equivale ao peso da consciência..