sábado, maio 18, 1996

O tempo não existe

O tempo passa...
As hipóteses esgotam-se. E porquê? Porque é que vejo defeitos em toda a gente que passa? Porque é que não vejo nenhum ser perfeito, se no fundo todos o devíamos ser?
O tempo passa...
E as crianças aguardam um futuro com o mesmo fim.
O tempo passa...
Não há amor. Não há paz. Não há esperança. Apenas este tempo... que passa e passa e nos ameaça com o seu fim.
As hipóteses esgotam-se e o tempo escasseia.
As perspectivas são zero e esta vida de merda continua com o tempo a passar, a fugir sem volta...
E aqui estou eu a ocupar o meu tempo com as coisas mais banais e fúteis, quando há tanto por fazer no mundo.
E o tempo passa...
E o tempo é ridículo!
E o tempo não existe!
É apenas uma mera condição de vida, sem a qual, a vida não tem sentido, e com a qual, pouco sentido tem.
E o tempo rarefica-se pela estrada da vida.
Merda de vida! Vida de merda! Que pareces não ter fim, mas que no fundo, tens um fim tão próximo.
Responde-me se és capaz, para quê este tempo? Para quê esta vida? Eu desisto!
E continuo a viver a minha vida com o meu tempo: magníficos excrementos do magnífico sentimento "Amor"!...

Sem comentários:

A leveza de Ser equivale ao peso da consciência..