domingo, novembro 19, 2006

balança-que-balanceia-em-ponto-de-equilibrio

Amar sem saber quem, onde, porquê, quando.
Amar sem limites, sem amarras, sem revoltas,
Amar sem raivas, sem apegos, sem dor, sem mágoas,
Amar simplesmente Amar..
Em grande força e determinação, sem duvidas, sem amargos, sem egoísmos,
Porque é mesmo este o caminho que escolho e que quero partilhar com todos os seres de luz.
Porque amar sem resposta é a garantia dessa mesma resposta.
Eu sou incansavelmente feliz..

quinta-feira, agosto 03, 2006

Pulsão-de-Consumo-que-me-Consome

Quero mais,

Quero mais, quero sempre mais.

Por querer sempre mais,
tenho em mim o orgulho vinculado ao ser quem sou.

Por querer sempre mais,
tenho conseguido superar todas as batalhas e lutas constantes e ordinárias da vida.

Por querer sempre mais,
tenho conseguido ser feliz com todas as irradiações que isso provoca em tudo e todos com que me cruzo.

Por querer sempre mais,
tenho a certeza de viver plenamente de acordo com o que desejo.

Por querer sempre mais,
deixei-te no desamparo do frio e do vento.

Por querer sempre mais,
deixei-me a mim sozinha na ingenuidade de querer mais.

Por querer sempre mais,
deixei fraca a força motriz que me impele a querer sempre mais.

Mas a minha essência continua a pedir mais, sempre mais.

Continuo a querer sempre mais.

E assim continuarei a querer sempre mais.

Porque sem querer mais não consigo ser.

Quero mais..

quarta-feira, agosto 02, 2006

Rasteiras Oníricas

Perdida pelas invasões oníricas que me assombram, sinto ainda o sabor e o toque suave da tua pele.. E deixo-me assim invadir por sentimentos salgados e recalcados, de tristeza, de dor e de amor eterno.
Saudades de ti e de mim

quinta-feira, julho 27, 2006

"The Hand That Feeds"



"The Hand That Feeds"

"You're keeping in step
In the line
Got your chin held high and you feel just fine
Cause you do
What you're told
But inside your heart it is black and it's hollow and it's cold

Just how deep do you believe?
Will you bite the hand that feeds?
Will you chew until it bleeds?
Can you get up off your knees?
Are you brave enough to see?
Do you want to change it?

What if this whole crusade's
A charade
And behind it all there's a price to be paid
For the blood
On which we dine
Justified in the name of the holy and the divine

Just how deep do you believe?
Will you bite the hand that feeds?
Will you chew until it bleeds?
Can you get up off your knees?
Are you brave enough to see?
Do you want to change it?

So naive
I keep holding on to what I want to believe
I can see
But I keep holding on and on and on and on


Will you bite the hand that feeds you?
Will you stay down on your knees?"

Nine Inch Nails




Belo-Concerto-com-Dedadas-de-Narciso-e-Toques-de-Luz

Neste concerto desconcertante

de Ser paz e ser guerra,

de Ser luz e ser breu,

de Ser branco e ser negro,

de Ser alma e ser carne,

de Ser vento e de ser lama,

de Ser amor e ser desapego,

de Ser calma e ser desassossego,

de Ser contraste e ser nulo..

faz de mim um SER em constante busca de um equilibrio perene e vazio de calor.


Mas esta busca, é pra mim, a mais gratificante experiência
que me faz AMAR cada vez mais a vida que escolhi Ter.

Que fazer?!..

Sou apenas mais uma idiota que se esforça por VIVER,
cada vez mais ciente da minha autenticidade e dos meus papeis AQUI.

"Come Back"

If I keep holding out,... will the light shine through?
Under this broken roof,... it's only rain that I feel
I've been wishing out the days,... come back

I have been planning out,... all that I'd say to you
Since you slipped away,... know that I still remain true
I've been wishing out the days,...

Please say, that if you hadn't of gone now
I wouldn't have lost you another way
From wherever you are,... come back

And these days, they linger on
And in the night, as I'm waiting on
The real possibility I may meet you in my dream
I go to sleep

If I don't fall apart,.... will the memories stay clear?
So you had to go,..... and I had to remain here

But the strangest thing to date
So far away
And yet you feel so close
And I'm not gonna question it any other way

There must be an open door
For you to
Come back

And the days, they linger on
And every night, what I'm waiting for
Is the real possibility I may meet you in my dream

And sometimes you're there
And you're talking back to me
Come the morning I could swear you're next to me

And it's okay.

It's okay.
It's okay.

I'll be here
Come back
Come back

I'll be here
Come back
Come back

I'll be here
Come back
Come back


Pearl Jam

terça-feira, julho 25, 2006

terça-feira, julho 04, 2006

Homem Novo


O nascimento do homem novo transborda pelo tempo dos dias que correm.. Fruto da sua busca incessantemente pela liberdade do ser.
É preciso que este novo mutante renasça das cinzas como fenix livre, renovada de amor e desprovida de apego e sofrimento..

terça-feira, maio 16, 2006

Rasgos de Paz


Como explicar um estado de alma de plena felicidade e desprendimento de sofrimentos e mágoas?...

De equilíbrio e leveza, contentamento e de uma euforia serena e confortante?...

As algemas quebraram-se finalmente… Agora só o presente e o futuro importam.

Apenas um leve quadro de cores sublimes resta do que lá vai. Apenas um traço dinâmico e marcado na areia de uma praia imensa.

Peco talvez, pela incoerência de escrever sem ter em mim paixão ou tristeza que me oprima ou me embale.

Mas sem dúvida ganho a pureza das sensações provocadas pela absorção limpa da realidade que me rodeia.

E apetece abrir um sorriso brilhante carregado de amor e de paz…

E apetece brindar ao Sol e ao mundo pela paz que em mim habita…

E apetece partilhar este complexo, tão simples, de bem-estar típico de uma criança…

E apetece amar sem condições, sem requisitos, sem lutas e sem desassossegos…

Sabe bem (bem) viver!

quinta-feira, maio 04, 2006

Impaciência e desassossego

O tempo nao existe.. É apenas mais uma das ilusões a que estamos condicionados.. Logo se o tempo nao existe, de que vale a impaciência?..

segunda-feira, abril 10, 2006

Pela paz e pelo fim das instituções religiosas


1. Oração Hindu pela Paz

Ó Deus, leva-nos do irreal para o real. Ó Deus, leva-nos da escuridão para a luz. Ó Deus, leva-nos da morte para a imortalidade.
Shanti, Shanti, Shanti a todos. Ó Senhor, Deus Todo Poderoso, que haja paz nas regiões celestiais. Que haja paz sobre a Terra. Que as águas sejam apacentadoras. Que as ervas sejam nutritivas, e que as árvores e plantas tragam paz a todos. Que todos os seres benéficos tragam-nos a paz. Que a Lei dos Vedas propague a paz por todo o mundo. Que todas as coisas sejam fonte de paz para nós. E que a Vossa paz possa trazer a paz a todos, e a mim também.



2. Oração Budista pela Paz

Que todos os seres, de todos os lugares, afligidos por sofrimentos do corpo e da mente sejam logo libertados de suas enfermidades. Que os temerosos deixem de ter medo e os agrilhoados sejam libertos. Que o impotente encontre força, e que os povos desejem a amizade uns dos outros. Que aqueles que se encontram no ermo sem caminhos e amedrontados - as crianças, os velhos e os desprotegidos – sejam guiados por entes celestiais benéficos, e que rapidamente atinjam a condição de Buda.



3. Oração Jainista pela Paz

A Paz e o Amor Universal são a essência do Evangelho pregado por todos os Seres Iluminados. O Senhor disse que a equanimidade é o Dharma. Perdôo a todas as criaturas e que todas as criaturas me perdoem. Por todos tenho amizade e por nenhuma criatura inimizade. Saiba que a violência é a causa raiz de todas as misérias do mundo. A violência é de fato o nó que aprisiona. “Não ofenda nenhum ser vivo”. Este é o caminho eterno, perene e inalterável da vida espiritual. Por mais poderosa que seja uma arma, ela sempre pode ser sobrepujada por outra; mas nenhuma arma pode ser superior à não-violência e ao amor.



4. Oração Maometana pela Paz

Em nome de Allah, o benéfico, o misericordioso. Graças ao Senhor do Universo que nos criou e distribuiu em tribos e nações. Que possamos nos conhecer, sem nos desprezarmos uns aos outros. Se o inimigo se inclina para a paz, incline-se você também para a paz, e confia em Deus, pois o Senhor é aquele que ouve e conhece todas as coisas. E entre os servos de Deus, Cheios de Graça são aqueles que andam sobre a Terra em humildade, e quando nos dirigimos a eles dizemos “PAZ”.



5. Oração Sikh pela Paz

“Deus nos julga segundo nossas ações, não de acordo com o traje que nos cobre: a verdade está acima de tudo, mas ainda mais alto está o viver em verdade. Saibam que atingimos a Deus quando amamos, e a única vitória que perdura é aquela que não deixa nenhum derrotado.”



6. Oração Bahai’ pela Paz

Seja generoso na prosperidade e grato na adversidade. Seja justo ao julgar e comedido ao falar. Seja uma luz para aqueles que caminham na escuridão, e um lar para o forasteiro. Seja os olhos para o cego e um guia para os errantes. Seja um sopro de vida para o corpo da humanidade, orvalho para o solo do coração dos homens, e seja a fruta da árvore da humildade.



7. Oração Shintoísta pela Paz

Embora as pessoas que vivem do outro lado do oceano que nos rodeia, eu creio, sejam todas nossos irmãos e irmãs, porque há sempre tribulação neste mundo? Porque os ventos e as ondas se levantam no oceano que nos circunda? Desejo de todo coração que o vento logo leve embora todas as nuvens que pairam sobre os picos das montanhas.



8. Oração dos Nativos Africanos pela Paz

Deus Todo Poderoso, Grande Polegar que ata todos os nós, Trovão que ruge e parte as grandes árvores; Senhor que tudo vê lá de cima, que vê até as pegadas do antílope nas rochas aqui na Terra, Vós sois aquele que não hesita em responder a nosso chamado. Vós sois a pedra angular da Paz.



9. Oração dos Nativos Americanos pela Paz

Ó Grande Espírito de nossos Ancestrais, elevo meu cachimbo a Ti. Aos teus mensageiros, os quatro ventos, e à Mãe Terra, que alimenta seus filhos. Dê-nos a sabedoria para ensinar nossos filhos a amarem, respeitarem e serem gentis uns com os outros, para que possam crescer com idéias de paz. Que possamos aprender a partilhar as coisas boas que nos ofereces aqui na Terra.



10. Oração Parse pela Paz

Oramos a Deus para erradicar toda a miséria do mundo: que a compreensão triunfe sobre a ignorância, que a generosidade triunfe sobre a indiferença, que a confiança triunfe sobre o desprezo, e que a verdade triunfe sobre a falsidade.



11. Oração Judaica pela Paz

Vamos subir a montanha do Senhor, para que possamos trilhar os caminhos do Mais Alto. Vamos forjar arados de nossas espadas, e ganchos de poda com nossas lanças. Uma nação não levantará a espada contra outra nação – nem aprenderão a guerra novamente. E ninguém mais sentirá medo, pois isto falou o Senhor das Hostes.



12. Oração Cristã pela Paz

Benditos são os que fazem a paz, pois eles serão chamados Filhos de Deus. Pois eu lhes digo: ouçam e amem os seus inimigos, façam o bem aos que te odeiam, abençoem aqueles que te maldizem, orem pelos que te humilham. Aos que lhes batem no rosto, ofereçam a outra face, e aos que lhes tiram as vestes, ofereçam também a capa. Dêem aos que pedem, e aos que tomam seus bens, não os peça de volta. E façam aos outros aquilo que quiserem que os outros façam a vocês.

segunda-feira, abril 03, 2006

Filhos da Humanidade


Filhos do despropósito.
Filhos de quem não ama.
Filhos de quem não foi amado.
Filhos meus, filhos teus, filhos de toda a humanidade.
Como é possivel não amar quem tanto ama a vida?..
Como é possivel não chorar por quem tanto chora?..
Como é possivel esta realidade continuar bem debaixo da nossa responsabilidade acobardada?..
Todos os filhos deviam poder conhecer o amor.
Todos os filhos deviam poder ser amados.
Todos os filhos deviam poder sentir a vontade de voar mais alto e abraçar o mundo.
Todos os filhos deviam poder dormir e sonhar com paisagens brancas, cheias de luz, de calor e de riachos de água doce.
A humanidade insiste em sonhar com paisagens cinzentas, sangrentas, sem cor, sem calor, sem amor..
E os Filhos da Humanidade permanecem sós.
Precisamos mudar, porque assim não faz sentido, ou faz?

Quando nos vamos amar uns aos outros?

Vamos amar os Filhos da Humanidade?

sábado, março 25, 2006


Pois.. Acho que isto explica muita coisa.. lol

quarta-feira, março 22, 2006



"Não se trata de mim. Eu não sou senão aquele que transporta. Não se trata de ti. Tu és apenas o caminho que leva aos prados, ao amanhecer. Não se trata de nós. Nós somos juntos, passagem para Deus, que nos toma emprestada a nossa geração, por um instante, e dela se serve".

Antoine de Saint Exupéry

terça-feira, março 14, 2006

O Sonho

Nesta realidade em que vivemos, nesta dimensão a que pertencemos resta-nos sonhar.. E assim construir, pacientemente, a nossa verdade, a nossa paz, o nosso caminho, a nossa vontade, as nossas certezas de viver na plenitude de desejos, que nao sao mais que meros extractos de silêncio inquieto da nossa alma.

O sonho.. Reflexo simbolico de emoções, de sentimentos latentes na nossa alma, e a nossa alma inquieta, impregnada de uma permanente sensação de insatisfação que nos alimenta os dias, parece nunca ter descanso, parece nunca desistir de alcançar algo que passamos o tempo a tentar descobrir o que é.
Por conseguinte, são os sentimentos e as emoçoes que nos movem. São eles a base da construção imperfeita e linda da nossa realidade.

O sonho é o que nos move, o sonho é o que nos determina, o sonho é o que nos constroi e nos liberta desta sina.

quinta-feira, novembro 17, 2005

SMC

E o sol foi.. apesar de relutante na firmeza de um ultimo grito de chamar a atenção. No entanto foi.. Pois, como é possivel viver eternamente no desalento de amar sem resposta?.. Ele partiu.
Tatooed my world to black

sábado, julho 30, 2005

Sentido da vida?..

Talvez o sentido da vida nao seja assim tao dificil de explicar. Talvez o que nos move nao seja assim tao complicado como, por vezes, tendemos a pensar. O sentido da vida nao é nada bonito ou romantico.
Primeiro temos vida, e se temos vida é porque somos e fazemos parte do mundo dos seres vivos, mais concretamente dos animais. Como todo e qualquer ser vivo, temos necessidades intrinsecas à nossa sobrevivência. Por isso, torna-se ridiculo porque as vezes tendemos a complicar tanto a nossa vida, como a nossa forma de estar, de ser e de pensar. De nada nos vale tal exercicio.
Se por um lado queremos sempre mais, isto é, vivemos com a permanente sensação de insatisfação, tal como se fosse vital consumir cada vez mais. Ridiculo do ridiculo é dispendermos demasiado tempo com esta necessidade de consumo.
É preciso tomarmos consciencia que esta tendência inata à nossa espécie é nociva à nossa vivência.
Segundo, somos seres que necessitamos viver em comunidades poque somos demasiado fracos e vuneraveis pra vivermos sozinhos. Temos esta necessidade que é talvez a mais dificil de satisfazer e aquela que se apresenta mais limitativa a castradora.
Nesta condição humana, nao é facil saber qual o melhor caminho. Saber qual a melhor forma de viver e quais as escolhas mais favoraveis. Mas contudo, sem encontrar solução para acabar com este sofrimento inerente à nossa condição, há caminhos que se apresentam mais eficazes à nossa vivência humana.

Se traçarmos uma linha e se a dividirmos várias vezes, entre cada espaço uma vida, cada vida uma tentativa e em cada tentativa um erro, um karma, várias escolhas, vários obstaculos, várias vitórias.
E se dividirmos cada vida de igual forma, entre cada espaço uma escolha, uma tentativa, em cada tentativa um fracasso, ou um sucesso. Em cada fracasso ou sucesso uma aprendizagem, em cada apredizagem um valor e o traçar de um novo objectivo latente num sonho impossivel de realizar...

sexta-feira, julho 29, 2005

Prazer de viver

Viver é experimentar uma infinidade de sensações que nos levam ao sucesso ou ao fracasso.
A beleza de viver está nesta oscilação permanente entre o certo e o errado, entre o bem e o mal.
O prazer de viver está em conseguir o equilíbrio, a harmonia, entre estas duas dimensões intrínsecas à nossa condição humana.

quinta-feira, julho 17, 1997

Êxtase

Um dia, no tal planeta das criaturas estranhas, o sol brilhou mais forte, a lua enlouqueceu, abriram-se fendas colossais na terra e delas brotaram vulcões, o mar enfureceu e tornou-se revolto, o céu ficou vermelho e o ar desapareceu.
Foi um espectáculo sem igual, onde a natureza tomou conta do uno.
Foi nesse dia que compreendi a verdade da vida. Foi nesse dia que tudo ficou mais claro e limpo. Foi um dia de verdade, paixão, onde o sobrenatural e o amor representaram esta encenação como principais protagonistas.
Nesse dia a vida ficou mais bela, o que era impossível.
A minha alma vinculou-se a outra e com ela navegará até ao fim do mundo, até que a terra exploda, a matéria se desintegre e o infinito se canse de existir.
A ti pertenço, minha alma linda e pura. Adoro a tua existência e nela fundamento a minha existência. Não sou sem que sejas e viverei até que queiras viver. Escuta a minha prece de que querer dentro de mim.

quarta-feira, julho 09, 1997

No Planeta das limitações

Isto não era, realmente necessário. Cá estou eu mais uma vez no planeta das ilusões e desilusões, onde tudo vive e tudo morre, tudo mexe e tudo pára. Onde reina a desordem e a violência. Enfim, neste sítio tão agradável e simpático para viver.
Tenho saudades de casa, mas que fazer? Ainda tenho de esperar até apanhar o voo de volta pra casa.
Aqui, não se está muito mal, mas as pessoas são estranhas, ou sou eu que sou estranha, não sei. Talvez sim. Talvez seja isso, afinal eu é que não pertenço aqui. Tenho que admitir que não caí aqui sem propósito, e por isso tenho que o levar até ao fim, até ao último passo desta viagem. Mas de qualquer forma não tenho a vida minimamente facilitada, isso é certo.

quinta-feira, maio 15, 1997

O pensamento

Na vida há limitações que a tornam muito difícil, limitações que impedem um indivíduo de atingir a felicidade suprema. Daí a certeza que essa "felicidade" é um estado de espírito impossível de conseguir, aqui neste sítio tão mesquinho. Mesquinho pelo património que nos foi legado pelos primeiros. Mas porque é que esses idiotas não podiam ser mais inteligentes?! Seria tudo bem mais fácil. À custa disso, ainda hoje se passa uma vida inteira a tentar sobreviver, desprezando o mais belo e importante sentido da existência humana: o pensamento. Ora, a felicidade é impossível de atingir sem o uso desta nossa ilustre faculdade. Daí a frustração da nossa espécie. Não podia terminar sem dizer o fundamental: Merda!

sábado, março 22, 1997

Num momento de fraca personalidade

Como posso eu ser totalmente feliz se a cada passo que dou nesta vida, tenho que tropeçar e escorregar na merda e depois cair. Agora eu pergunto: quando vão estas quedas acabar, quando vai a minha morte chegar? Estou farta de cair e ter que me levantar sem lágrimas, esquecer a dor e continuar com um sorriso nos lábios, na esperança de não mais cair.
A merda está a entranhar-se no meu ser, e por muito que não queira começo a sentir-lhe o cheiro, o cheiro do desespero, da insatisfação, do desânimo, da angústia, da dor.
Se viver é isto, é-me inevitável dizer que quero morrer. Senão tenho motivos para me sentir triste porque é que esta sensação me assombra e me persegue?..
A vida é realmente, uma grande farsa, um emaranhado de desilusões e pesadelos que parecem não ter fim.
E no meio disto tudo, como vos amo meu Deus e meu pai, pois apesar de tudo isto, a vida podia ser bem pior, não é?...

quinta-feira, outubro 24, 1996

Equilíbrio

Eis a chave para uma vivência feliz. Eis o objectivo de qualquer um mesmo inconscientemente.

sexta-feira, outubro 18, 1996

Tiro ao alvo

Preciso de um alvo. Quem será que vai cair nas minhas macabras garras?
Eu sei, eu sei que isto é estranho, nunca fui muito a favor destes processos, mas a verdade é que estou a precisar de um pouco de ritmo na minha vida. Tenho que me mexer!
Às vezes é preciso esquecer um pouco os nossos tradicionais objectivos e atirarmo-nos de cabeça, abstrairmo-nos do que sempre achamos correcto e confiar no "acaso", pois este pode ser um grande e agradável amigo,.
Só espero não errar, para variar. Por isso peço ao tempo e à loucura para que me dêem um empurrão, uma mãozinha caridosa nesta minha paranóia.

sexta-feira, outubro 11, 1996

As nossas escolhas

Na vida há várias hipóteses a seguir, mas apenas distingo duas, o caminho certo e o errado. Resta saber qual é qual e escolher.
Ao longo desta minha curta e estranha existência já percorri os dois e penso, finalmente, saber qual é qual. No entanto, às vezes é difícil distingui-los. São bem diferentes, mas a verdade é que caminham de mãos dadas por estranho que pareça..
...e foi assim:
Um dia o espaço fodeu a terra e daí resultaram criaturas bizarras, autênticos abortos, frutos de uma relação momentânea e eterna, frutos da criação do infinito. Como tal, devemos navegar no espaço, ser enterrados na terra para podermos alcançar o infinito.. Será? :|

[Muita teoria arranjava eu nesta altura para justificar a existência :P]

quinta-feira, outubro 10, 1996

Eu

Replente inodoro de estranhos; duradoiro e eficaz; contra pobres de espírito e mentes materialmente mediocres e ocas; ser pensante e estranho, incompreensível e feliz; promiscuo representante de raça em vias de extinção.

Força da gravidade

O ser humano não pode mesmo negar a sua origem. Andamos sempre com os pés em cima da nossa mãe, e por muito alto que consigamos ir e saltar, acabamos sempre por vir parar à terra. Estranho efeito este, o da gravidade...
Tão grande é esta relação, que se a quisermos abandonar e saltar bem alto, ela castiga-nos nessa queda mortal.
Só espero acabar com esta relação o mais depressa possível. Quero morrer e voar, para o resto da minha traiçoeira existência, só não entendo porque nunca mais vou. Por isso peço-te a ti, terra mãe que te suprimas, te encurtes e me mostres quem espero. Vá lá, não sejas tão sádica pra mim. Ajuda-me nesta minha busca incessante em direcção ao nada, a convergir para o infinito.
Sinto-me cada vez mais pegada a ti aos teus, é inevitável. Perdoa-me esta falta de amor, mas sei que me compreendes melhor que ninguém.

terça-feira, outubro 08, 1996

Nirvana

Pois é, nada muda em cada dia que passa, ou muda?
Neste meio, perdemos a nossa vida assim, sem nada útil para fazer, e valerá a pena?
A vida.... A vida, mas afinal o que é isso? Talvez um curto espaço de tempo, em que não há espaço para pensar mas apenas para agir.
A vida é uma questão de sorte em que só os mais fortes resistem a tantos obstáculos.
Continuo a achar que devíamos ter um "guia de vida", assim que nascêssemos, para sabermos os caminhos a seguir, pois assim andamos, constantemente, à deriva, a passear pelo nada, a voar até ao infinito.
E até agora não há perspectivas de Nirvana. Quando vai este sofrimento acabar? Espero que em breve atinja este meu tão esperado Nirvana. Mas sei que, para isso, preciso de achar "aquele que nunca vi".

quinta-feira, outubro 03, 1996

Pó da terra e orvalho da manhã

Perguntam-me porque é que escrevo. Mas não sei responder, mas na verdade, não sei porquê. Será que a nossa macabra e complexa inteligência nos dá para termos estas taras sem as conseguirmos justificar?
Mas suspeito que seja porque não tenho ninguem a quem contar o que escrevo. Falta-me alguém que não existe, alguém criado do pó da terra e do orvalho da manhã, alguém que desejo conhecer, sem, no entanto nunca ter visto.
Será que procuro alguém que na realidade não existe e nunca foi criado? Duvido que alguém me possa responder. Mas será que esta esperança um dia vai acabar, me vai abandonar, desprezar, esquecer, evaporar?
Na verdade não sei porque a sinto dentro de mim. Não sei de onde veio, nem para quê. Só sei que não quero que se vá embora, pois eu preciso mesmo achar esse alguém que não existe.

segunda-feira, setembro 30, 1996

Solidão Graciosa

Estou sozinha, mas a culpa é minha. Quem manda a mim ser diferente?
Isolar-me no meio de uma multidão e pensar de forma diferente?
Mas sou feliz, incompleta mas sobretudo feliz. A vida sorri-me e eu.. bem eu rio-me pra ela e dela.
Chega de materialismos se o que faz de nós diferentes é a nossa anima o nosso espírito, o nosso karma.
A vida é realmente uma surpresa até ao último centésimo, à última grama, ao último milímetro, até ao fim.
Compete-nos a nós devendarmos este labirinto, este puzzle, este quebra-cabeças, esta merda.. Descobrirmos o significado das coincidências e acontecimentos aparentemente sem nexo e sermos superiores ao nos sentirmos inferiores.

sábado, setembro 21, 1996

Estados de Retórica

Será que o rio azul se tornou roxo? Só mesmo o tempo o dirá.
Porque é que este optimismo me impede de morrer, e me faz continuar a respirar este ar impuro?
Será que voltei atrás no rio e vou navegar mais uma vez o mesmo espaço, com a mesma vida e com o mesmo fim?
Porque é que a vida me continua a sorrir se não há ninguém real, com graça nesta vida que adoptei e insisto em não partilhar com ninguém?
Será que vou chegar a algum lado assim?
Porque é que me sinto tão feliz, se no fundo sou tão sozinha?
Serei assim tão ignorante ao ponto de pensar que sou feliz sem, no entanto, o ser?
Gostava que alguém me respondesse, mas não tenho ninguém a quem perguntar.
Não quero que me perturbem com amizades, se na verdade é impossível ser-se amigo de alguém que não faz por isso.
Tenho mesmo a ousadia de perguntar: serei desajustada?
Serei eu apenas mais uma criatura que faz parte do cenário da vida de outra?
Será que esse alguém não existe?
Será que a vida afinal não tem propósito algum?
Gostava mesmo que existisse alguém capaz de me responder. Porque só o facto de esse alguém existir, seria a resposta para todas estas perguntas.

domingo, junho 02, 1996

O rio está azul

E na minha vida o rio está finalmente a ficar azul e espero que assim continue, até que a morte resolva finalmente fazer uma visita.
O rio está azul e o céu cor de infinito, a vida cor de nada e o amor cor de um sono profundo. A morte está verde, sempre tão simpática e fiel, até que um dia comece a gostar demasiado de mim, se apaixone e me leve consigo para o infinito.
Em toda a minha existência fiz, faço e farei tudo pra agradar à morte e não à vida. Pois vidas já tive mais que mortes, pelo menos mais uma, e espero não vir a ter mais nenhuma vida mas somente uma longa e infinita morte.
Estou farta de errar, farta de não ir pelo caminho certo, espero desta vez, nesta vida, não errar na formação do meu espírito, espero não vir a ser, novamente castigada pela vida e espero que a morte esteja para me defender, como minha advogada.
Aí sim, o rio será totalmente azul e a vida afogar-se-á nele, com a morte e o tempo a rirem-se como loucos.
Aí quero estar para assistir ao desfecho da minha existência neste planeta que foi ocupado pelas distracções dele.
Espero que este dia não tarde e espero nunca mudar o pensamento, espero que esta segurança me persiga e este tempo não me impeça de falar, de ser, não me impeça de morrer para não mais viver.
Espero anda participar no piquenique organizado ela morte, pelo prazer, pela merda e pelo tempo, em que a vida não seja jamais uma convidada, mas apenas o "Bobo da corte".
Espero morrer como nasci, e já é pedir muito.
Espero, espero, espero...
E continuo a esperar até que o tempo deixe de ser generoso comigo e me entregue finalmente nos braços da morte.
Nesse piquenique vou apanhar uma bebedeira como nunca antes, até que entre em coma e assim permaneça no infinito, para não ter de me lembrar (como num lapso de memória) das vidas que tive e das vezes que errei e falhei.
Até esse dia, começo já por agradecer ao criador e às suas distracções, que me criaram e me mantiveram aqui neste planeta.
Assim, totalmente farta deste excesso de tempo, passo mais um metro deste rio que fica para trás, sem qualquer lembrança ou memória feliz. Não triste, porque nunca o fui, apenas frustrada, mas só um pouco.
Aprender com os erros para não voltar a errar, no entanto esquecê-los, porque de nada servem senão para morrer de arrependimento, que afinal é possível, ao contrário do que se pensa por aí.
E é olhando para o céu cor de infinito, que aqui registo um estado de espírito que espero não voltar a ter, pela sua insignificância, anti-didatismo e falta de bom-senso de metade da humanidade para com a outra metade, mais indefesa mas mais inteligente que são os estudantes.

quarta-feira, maio 22, 1996

No pântano

E o rio deixou de o ser, e passou a ser um pântano. A vida afogou-se no desespero, depois de ter pedido, sem qualquer resposta, ajuda ao tempo que por ali andava nas margens e que se riu como um louco ao vê-la afogar-se.
Talvez porque esta não quis um dia ir pra cama com ele.
E assim acabou a história da vida.
E assim lá continuou o tempo a escarrar pró ar e a dizer mal de toda a gente que passava.

sábado, maio 18, 1996

O tempo não existe

O tempo passa...
As hipóteses esgotam-se. E porquê? Porque é que vejo defeitos em toda a gente que passa? Porque é que não vejo nenhum ser perfeito, se no fundo todos o devíamos ser?
O tempo passa...
E as crianças aguardam um futuro com o mesmo fim.
O tempo passa...
Não há amor. Não há paz. Não há esperança. Apenas este tempo... que passa e passa e nos ameaça com o seu fim.
As hipóteses esgotam-se e o tempo escasseia.
As perspectivas são zero e esta vida de merda continua com o tempo a passar, a fugir sem volta...
E aqui estou eu a ocupar o meu tempo com as coisas mais banais e fúteis, quando há tanto por fazer no mundo.
E o tempo passa...
E o tempo é ridículo!
E o tempo não existe!
É apenas uma mera condição de vida, sem a qual, a vida não tem sentido, e com a qual, pouco sentido tem.
E o tempo rarefica-se pela estrada da vida.
Merda de vida! Vida de merda! Que pareces não ter fim, mas que no fundo, tens um fim tão próximo.
Responde-me se és capaz, para quê este tempo? Para quê esta vida? Eu desisto!
E continuo a viver a minha vida com o meu tempo: magníficos excrementos do magnífico sentimento "Amor"!...

quarta-feira, maio 15, 1996

Uma história qualquer II...

Mas foi num lindo dia de sol que o tempo descobriu que sentia mais do que um simples desejo sexual pela vida, e que na verdade a amava e a queria como esposa. E quando, nesse dia de sol, foi ter com a vida esta encontrava-se na cama com a morte que, sugando o seu tutano a fazia subir ao céu.
E foi aí que o tempo percebeu que não era apenas a vida que ele queria, mas também a morte.
E foi nesse lindo dia de sol que os três juraram laços eternos e existiram felizes para sempre.

Uma história qualquer...

Lindo dia de sol este em que a vida e o tempo pararam para se cumprimentarem, aqui no planeta onde nada e tudo acontece. Onde tudo anda e tudo pára. Onde as mães amamentam e matam os filhos. Onde o homem mata e ama. Onde os cães comem merda por prazer e não por fome.
Lindo dia de sol este... E a conversa não foi longa, demorou apenas alguns séculos. Até que o tempo conseguiu finalmente foder a vida, e esta, contente e feliz, deu-se quem a quis por amar-odiar tanto o tempo que nunca mais a cumprimentou desde então.

sábado, maio 11, 1996

A Festa II

E devido à ressaca do dia anterior, a vida, a morte, o prazer, a tristeza, o tempo, a droga, a merda e o amor não puderam estar presentes na festa da caridade organizada pela misericórdia e pela esperança, sempre tão cândidas e puras, sempre tão ingénuas e pudicas. É claro que nunca haviam participado nas festas do tempo, onde reinavam a droga e o prazer, criaturas que elas não suportavam e que tinham convidado apenas por hipocrisia.
Esta festa foi um eterno fiasco, sem a presença da vida e do amor e de todos os outros.
E passadas horas ainda estava tudo às moscas, moscas estas que foram o seu almoço, grelhadas com molho de manteiga e limão, acompanhadas por um belo e requintado vinho verde que a droga tinha deixado no sítio no dia anterior.
E assim, subiu a noite tirando lugar ao dia, e este vingando-se tirou-lhe o lugar passadas umas horas, fazendo assim amanhecer mais um dia.

sexta-feira, maio 10, 1996

A Festa

E o amor que já coube num oceano, cabe agora numa mosca. Uma mosca que esvoaça e atazana a humanidade, poisando em toda a merda que encontra pelo caminho e regalando-se e alambozando-se com todos os excrementos existentes.
E a mosca nunca será azul, nem nunca poderá alugar uma canoa no rio da vida. Porque a mosca e apenas um ornamento na natureza. E a mosca vive sem saber porquê e anseia pela sua morte sem, no entanto, nunca o ter sentido, ou sente? Mistério? Não, claro que não. Já dizia o Fernando P. que "maior mistério é haver quem pense no mistério".
No entanto, a mosca é detentora de todo o meu amor. Nela está presente o mais ansiado sentimento. Criatura imbecil... que comes merda por prazer, no entanto não deixas de ser uma criatura, pois o criador tinha de criar algo que comesse a merda da humanidade, provavelmente nunca pensou é que essa mosca pudesse armazenar o amor duma criatura como eu.
Não, não estou a dizer que o amor é uma merda, ele apenas se encontra perto desta, chafurdando nela e ouvindo-a dizer indecências, lambendo os seus escarros e comendo o manjar dos deuses que é o seu vomitado, vomitado este, que ela expele devido à sua sistemática piela.
E foi assim que o amor ao conhecer a merda a convidou para aquelas festas organizadas pelo tempo, que tinham sempre convidados tão ilustres, como a vida, a morte, o prazer e a tristeza, entre tantos outros.
E na primeira festa em que esta se encontrou presente, aborreceu-se. Pois não sabia dançar, escorregava sempre nas suas saias fedorentas e podres. Até que chegou a sua "ex", a droga, que desde que se tinha metido com o prazer, nunca mais lhe tinha ligado nenhuma. Pois o que aconteceu foi que o prazer ao ver a merda a fazer a corte à sua amante predilecta, desde que o amor o tinha deixado desgostoso, infeliz e inconsolável, armou um escândalo e só com a ajuda da morte conseguiram separá-lo da merda.
É claro que o tempo, que era o dono da casa, não ficou lá muito satisfeito, mas como todas as festas acabavam numa extrema confusão, depressa esqueceu o facto.
E foi assim que amanheceu mais um dia...

quinta-feira, maio 02, 1996

Excesso de Tempo

E o rio corre, corre...
Um dia há-de chegar ao mar
E quando chegar, espero que chegue azul.

E a vida passa, passa...
Um dia há-de passar de vez,
E qundo passar, espero que chegue ao céu.

E o rio é azul, azul de infinito,
Cheio de graciosidade e leveza,
Cheio de morte e de memória.
Uma memória que persiste e incomoda.
Uma morte respeitosa e fiel.

E o rio é apenas uma condição.
É apenas um caminho,
Um caminho da criação à criação
Só espero que chegue como partiu.
E quando chegar será a liberdade absoluta.

E o rio corre e a vida passa...
O tempo acaba e a vida ressurge.
E repete-se tudo de novo até que o tempo se canse,
E castigue a vida pela sua persistência irredutível.

E o rio corre em direcção ao nada, ao infinito.
E a vida navega pelo rio e deixa-se levar pela corrente,
Temendo as quedas de água (não vá a vida ter um inesperado encontro com a morte).
Embora pudesse até ser agradável à humanidade, num pequeno piquenique, vida e morte reunidas, como amigas de longa data.
E o tempo, esse veio depois, irónico como sempre, cínico e velhaco, escarrando pró chão e dizendo mal de toda a gente que passava, de quem ele conhece os mais intimos segredos.
Mas qual não foi o seu espanto, quando encontrou a vida e a morte como duas amantes. E excitadíssimo com a situação, quis juntar-se a elas. É claro que estas não gostaram nada desta visita, daquela horrível e fedorenta criatura, pela qual nutriam um ódio omnipresente. Sim, o tempo é o pior inimigo da vida e da morte, pois é o único que lhes limita os horizontes.
No entanto, eu falo por mim, e o tempo é o meu melhor amigo, sempre me foi fiel e generoso.
Mas elas correram logo com ele a pontapé, e o infeliz, rindo como um louco, lá foi cumprir mais umas horas da sua missão : atazanar o pessoal circundante.
Pois eu amo a vida, amo a morte, amo o tempo, amo porque me apetece! E ninguém tem nada com isso.

quarta-feira, abril 24, 1996

A fuga

Foi num dia de tempestade, que o criador se esqueceu de tapar a caixa das realidades concretas e das realidades sobrenaturais que elas se espalharam com o vento pelo universo. Fazendo o que lhes dava na gana, esquecendo-se da educação que lhes fora dada por ele.
Existiam sobre a lei da decadência e do ócio. Não respeitavam nada nem sequer a eles próprios.
E quando ele se apercebeu, era tarde demais, pois elas tinham ocupado um planeta e criado criaturas estranhas, bizarras e pouco inteligentes, e tinham-nas influenciado, desmedidamente e desequilibradamente.
Essas criaturas eram no geral infelizes, pois a Felicidade foi sempre muito semítica, mas havia quem fosse feliz, não porque a felicidade tivesse sido generosa mas porque a Loucura andava por perto.
Então a Natureza criou um espaço habitável e o Tempo deu um pouco de si a esse espaço. Depois chegou a vida que se deu a essas criaturas e mais tarde chegou a Morte, que não sabia ainda bem o seu papel mas que, no entanto, o executava na perfeição.
Mais tarde chegaram o Prazer, a Alegria, a Droga, o Amor, a Tristeza, a Inteligência, a Astúcia, a Burrice e o Pessimismo. E espalharam-se, como já disse, pela multidão de criaturas, prendando-as com um pouco dos seus caracteres e personalidades.
Então o criador, ao ver isto, tentou remediar a situação, fazendo ver a essas criaturas que ele é que era o criador delas e de todo o universo. E tudo o que elas tinham de fazer em troca da sua existência era alcançar um estado de espírito superior, para puderem sair daquele mundo cheio de equívocos e receberem uma recompensa num mundo bem longe dali, criado, desta vez, por ele.
E enquanto, vida após vida, morte após morte, as tais criaturas estranhas lutavam para saírem daquele mundo, todas as realidades foram para um planeta escolhido pelo criador, que as castigou e as prendeu, e de onde nunca mais saíram.

sexta-feira, novembro 18, 1994

Conclusões de bolso

Posso concluir que :

A vida é um dom, viver é existir.
O amor é eterno, amar é viver.
O amor está no coração, a vida no espírito.

O sorriso é um gesto, sorrir é alegria.
O pensamento é um acto, pensar é compreender.
O sorriso está no rosto, o pensamento na alma.

A tristeza é ignorância, ser triste é não saber.
A morte é um enigma, morrer é aceitar.
A tristeza está nas trevas, a morte no caminho.

A crença é necessidade, acreditar é ter fé.
A fé é amor, ter fé é ter paz.
A crença está no espírito, a fé na chama.

A paz é liberdade, ser pacífico é entender.
A liberdade é universal, ser livre é amar.
A paz está no mundo, a liberdade na flor.

Mas não.. Não é nada disto!
Para quê mentir se no fundo:

A vida não é um dom, é sofrimento!
Viver não é existir, é aceitar!
O amor não é eterno, é carnal!
Amar não é viver, é possuir!
O amor não está no coração está no corpo!
A vida não está no espírito, está no bater do coração!

O sorriso não é um gesto, é uma farsa!
Sorrir não é alegria, é gozo!
O pensamento não é um acto é uma utopia!
Pensar não é compreender, é confundir!
O sorriso não está no rosto, está na carcaça da alma!
O pensamento não está na alma, está na máquina!

A tristeza não é ignorância, é a vida!
Ser triste não é não saber, é viver!
A morte não é um enigma, é um fado!
Morrer não é aceitar, é viver!
A tristeza não está nas trevas, está na alma!
A morte não está no caminho, está perto!

A crença não é necessidade, é desculpa!
Acreditar não é ter fé, é tocar!
A fé não é amor, é fuga!
Ter fé não é ter paz, é tentar!
A crença não está no espírito, está na ambição!
A fé não está na chama, está no céu!

A paz não é liberdade é descanso!
Ser pacífico não é entender, é ser burro!
A liberdade não é universal, está à venda!
Ser livre não é amar, é ser rebelde!
A paz não está no mundo, está longe no nosso alcance!
A liberdade não está na flor, está no FINAL!
A leveza de Ser equivale ao peso da consciência..